A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sabatina na terça-feira (15) dois economistas indicados para compor a diretoria do Banco Central. Depois da arguição e da votação na CAE, os nomes de Renato Dias de Brito Gomes e Diogo Abry Guillen precisam ser aprovados pelo Plenário do Senado. As duas mensagens foram enviadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em dezembro do ano passado.
Renato Dias de Brito Gomes tem 41 anos e é formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Ele cursou mestrado na mesma instituição e concluiu doutorado na Northwestern University, nos Estados Unidos.
As principais áreas de pesquisa do indicado são economia do setor público e economia industrial, com ênfase em regulação dos meios de pagamento, antitruste e defesa da concorrência. A indicação (MSF 86/2021) é relatada na CAE pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Diogo Abry Guillen tem 39 anos e também é formado em Economia pela PUC-RJ, onde concluiu mestrado. Tem doutorado pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e atualmente é economista-chefe da Itaú Asset Management. Antes, atuou como economista-sênior da Gávea Investimentos.
A indicação (MSF 87/2021) é relatada na CAE pelo senador Esperidião Amin (PP-SC). Ele destaca que o sogro de Diogo Abry Guillen, Fabio Colletti Barbosa, foi diretor-presidente do Banco Santander e é membro independente do conselho do Banco Itaú Unibanco. Mas pondera que “não há impedimento expresso” no Regimento Interno do Senado para o exercício do cargo por relação de parentesco a pessoas vinculadas à atividade profissional. “Há a necessidade de que o vínculo seja declarado, a fim de que o Senado avalie politicamente a indicação”, afirma Amin.
A CAE pode votar ainda um requerimento de convite para ouvir o presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro. O autor do pedido, senador Renan Calheiros (MDB-AL), quer ouvi-lo sobre denúncias veiculadas pela imprensa de que a instituição estaria restringindo o acesso a crédito a estados governados por partidos de oposição.
Segundo reportagem publicada em janeiro pelo jornal Folha de S.Paulo, estados administrados por aliados de Jair Bolsonaro concentraram dois terços dos R$ 5,3 bilhões liberados pelo banco em 2021. “Estados governados por partidos não alinhados, como é o caso de Alagoas e Bahia, enfrentam grandes dificuldades para aprovar operações de empréstimo. O Banco do Brasil não pode jamais direcionar seus recursos creditícios a partir de critérios de discriminação político-partidária”, ressalta Renan Calheiros.
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