Avião teria lançado defensivos agrícolas que causaram intoxicação humana e danos materiais
Na terça-feira (22/02), a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 71ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Apuí (a 453 quilômetros de Manaus), iniciou as investigações para apurar responsabilidades sobre um possível crime ambiental, intoxicação humana e danos materiais, provocados por defensivos agrícolas lançados de um avião.
Conforme o delegado Francisco Rocha, titular da unidade policial, o fato atingiu pelo menos dez pequenos produtores no setor Coruja das estradas vicinais Mineira (a 21 quilômetros da sede do município) e Raulino (a 25 quilômetros).
Naquele mesmo dia, em parceria com o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb) da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e a Polícia Federal (PF), o delegado coordenou uma averiguação nos locais atingidos pela substância. Nessa ocasião, foram coletadas amostras de plantas perenes e de longo cultivo que estavam com suas folhas em processo de secagem.
“O objetivo da diligência foi colher os vegetais afetados para enviar a perícia técnica e verificar se o agrotóxico estava licenciado pelos órgão de controle da União, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além de averiguar as colônias que foram afetadas”, informou o delegado.
A autoridade policial relatou que um produtor rural do local afirmou que percebeu a ausência de aves que se alimentavam dos frutos no pomar, bem como de borboletas e abelhas. Dias depois, o produtor começou a ver a folhagem de seu cafezal orgânico amarelando. Outra produtora disse que perdeu mudas de eucalipto, plantação de abóboras e gergelim.
“Foram prejudicados plantios de café orgânico, banana, laranja, limoeiros, mandiocas e hortaliças, além de mudas de eucaliptos”, disse Rocha.
Em depoimento, o piloto da aeronave afirmou que arcará com os custos da reparação dos danos causados. Já o contratante do serviço tentou fugir das responsabilidades. Foi instaurado inquérito para apurar os fatos.
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