O e-commerce segue crescendo em ritmo galopante no Brasil. Impulsionada pela pandemia da Covid-19, que há dois anos restringe a circulação de pessoas, a comercialização de produtos por canais eletrônicos bateu recorde no ano passado. Levantamento da empresa Neotrust, responsável por acompanhar o movimento do comércio on-line no país, apontou um faturamento de R$ 161 bilhões no ano passado, o maior da história no segmento. Analistas enxergam no movimento a confirmação de que o e-commerce se consolidou no mercado de consumo brasileiro.
O chamado comércio virtual faturou 26,9% a mais em 2021, na comparação com o ano anterior, também de acordo com a Neotrust. A pesquisa mensurou ainda o crescimento pelas regiões do país. Neste ponto, chama a atenção o aumento das vendas eletrônicas no Nordeste, o segundo maior do país (17,5%), atrás apenas do Sudeste (57,9%), a região mais rica do país.
Não são os únicos números que comprovam a migração do consumo dos meios tradicionais para os digitais. A consultora Nielsen apurou que, apenas no primeiro semestre de 2021, 42 milhões de brasileiros compraram pela internet. Deste universo, a Nielsen constatou que 6,2 milhões eram de clientes que faziam pela primeira vez negócios on-line.
Para o executivo Kennedy Diógenes, diretor-sócio da fintech potiguar Orendapay, os números fortalecem a percepção de que as pessoas mudaram seu hábito de consumo. “Pelo que vemos no noticiário e na troca de informações com clientes e parceiros, é possível dizer que este é um dos efeitos da pandemia que ficarão em definitivo sobre a economia. Não vemos no horizonte nenhum indicador de que esse cenário vá voltar ao que era antes. Ou seja, o e-commerce chegou para ficar em nossas vidas”, analisa Kennedy Diógenes.
O dirigente da Orendapay também vê como “ótimo sinal” a alta registrada no Nordeste. Ele considera que não é raro a região, por suas carências históricas, ser subestimada nas estratégias de grandes grupos econômicos, mas que os números apontados pela Neotrust demonstram o potencial do mercado nordestino.
“Boa parte da população no Nordeste ainda não tem tanto acesso a dispositivos eletrônicos, como acontece com outras regiões economicamente mais desenvolvidas, mas isso vem mudando. A tendência é que, com a chegada iminente da rede 5G no Brasil, o consumidor nordestino passe a acessar mais os canais de comércio virtual e também conquiste um lugar de relevância como público consumidor”, aposta o executivo.
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