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Pelo menos 58% dos profissionais brasileiros querem mudar para o trabalho remoto

Pesquisa da Microsoft divulgada neste mês mostra que os profissionais que já estão em modelo híbrido querem migrar para o trabalho fora do escritór...

24/03/2022 às 12h00
Por: Josélio Reis Fonte: Agência Dino
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Foto: Reprodução
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O mundo corporativo nunca mais foi o mesmo desde o início da pandemia da Covid-19, há dois anos. O trabalho remoto, que já era visto como tendência para os próximos anos, se tornou real para permitir o controle de transmissão do vírus da doença. Entretanto, mesmo após a vacinação, diminuição de casos e volta aos compromissos presenciais, muitos profissionais querem permanecer trabalhando fora do escritório, como mostrou pesquisa realizada pela Microsoft.

O levantamento, realizado com 31 mil pessoas de 31 países – incluindo o Brasil, Argentina, Colômbia e México, da América Latina – mostrou que 58% dos profissionais que hoje já estão no trabalho híbrido querem mudar para o modelo totalmente remoto até o próximo ano. Segundo líderes de equipes ouvidos pela Microsoft, os novos modelos de trabalho – tanto o híbrido quanto o remoto – impõem desafios para a gestão, como garantir o capital social perdido nos últimos dois anos.

Outro desafio é garantir a adoção das regras de compliance e conformidade, especialmente no que se refere ao tratamento e compartilhamento de dados, que saíram dos sistemas internos das empresas para circular em diferentes plataformas. Profissional da área de compliance, com mais de 15 anos de atuação no setor financeiro, Daniel Calomeni Motta explica que as empresas terão três caminhos para manter a segurança de seu gerenciamento de dados.

“Desde o início dos lockdowns, decorrentes da pandemia, novas ferramentas, aplicativos e métodos de trabalho foram adotados, às vezes, com dificuldades pela maioria dos profissionais. Nesse cenário hiperconectado, nunca tantos dados foram gerados e distribuídos em várias redes. No entanto, essas mudanças nas práticas de gerenciamento e proteção de dados que poderão ser abordados daqui para frente”, ressalta.

O primeiro caminho que as organizações podem seguir para garantir essa proteção é investir em Inteligência Artificial e Machine Learning, que hoje fornecem às empresas a capacidade de supervisionar informações em grande escala, sem a necessidade de expansão das equipes de compliance. Segundo Motta, a capacidade adicional de vigilância que os bots podem fornecer faz com que as empresas passem de uma postura reativa diante de problemas de conformidade.

“Eles (os bots) poderão iniciar investigações com base em suspeitas de violações de conformidade, com abordagem proativa, em que a amostragem de dados pode ser feita em uma escala grande o suficiente para detectar preventivamente possíveis problemas antes de serem relatados. As empresas não apenas poderão minimizar o impacto da não conformidade, interrompendo-a em um estágio inicial, mas também irão evitar as consequências negativas que poderiam surgir de uma investigação oficial”, informa.

Junto com o investimento em Inteligência Artificial e Machine Learning, as empresas também precisarão harmonizar a privacidade de dados, o gerenciamento de riscos e os processos de detecção para evitar penalidades. Para impedir que o compartilhamento e o uso de dados saiam do controle e ultrapassem as fronteiras definidas pela empresa, especialmente em tempos de trabalho híbrido ou remoto, as empresas precisarão investir em uma única base de dados. “As empresas precisarão encontrar maneiras de gerenciar arquivamento, privacidade, risco e descoberta de dados a partir de uma plataforma única, unificada e integrada para simplificar o gerenciamento e melhorar o desempenho dos dados”, explica Motta.

Empresas terão que definir canais de comunicação confiáveis para garantir a segurança dos dados

Com muitos funcionários trabalhando no modelo híbrido – parte do tempo no escritório e outra parte em casa – ou de forma totalmente remota, os canais de comunicação das empresas acabaram se ampliando e alcançando meios privados de contato entre os membros da equipe. Na experiência do profissional de compliance Daniel Calomeni Motta, as empresas precisarão ajustar suas políticas para garantir que, quando uma ferramenta social ou de colaboração for usada no dia a dia dos negócios, ela seja incorporada à sua estratégia de conformidade.

“Como os funcionários usam diferentes ferramentas para falar com diferentes contatos, as empresas precisam lidar com o aumento na quantidade de dados trocados por meio de diferentes canais, como SMS, telefone, vídeo, mensagens instantâneas etc. No entanto, o que é mais conveniente para os funcionários cria mais complexidade para a equipe de compliance, pois, se essas conversas forem relacionadas ao negócio, elas devem ser registradas e controladas”, conclui.

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