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Eleições 2022 Voto Estratégico

AS PESQUISAS ELEITORAIS E O VOTO ESTRATÉGICO.

podemos concluir que o eleitorado, nas disputas majoritárias (Presidente, governador e prefeito) utiliza com grande sabedoria as informações disponíveis acerca das pesquisas de opinião pública

12/04/2022 às 05h56
Por: Joselio de Sousa Reis Fonte: Da Redação
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Professor Edir Veiga
Professor Edir Veiga

Semanalmente acompanhamos as pesquisas de opinião pública acerca das eleições em curso no Brasil. Em torno desta temática muitos debates têm ocorrido. Afinal qual o papel das pesquisas eleitorais durante uma competição eleitoral? Para os pessimistas a pesquisa não passaria de um instrumento de manipulação a serviço dos candidatos e partidos poderosos economicamente. Uma coisa parece certa, os consumidores de notícias, sem dúvida nenhuma, gostam de acompanhar periodicamente este tipo de notícia, e esta constatação serve como um poderoso incentivo para que os grandes meios de comunicação de massa encomendem pesquisas de opinião junto aos institutos de pesquisas.

As pesquisas científicas recentes têm se proposto a espinhosa tarefa de responder a seguinte pergunta: Porque os eleitores votam em um candidato a presidente no Brasil, sabendo que seu peso individual é de hum para 120 milhões de eleitores?  O racional seria o não voto. Mas o que acontece de fato é que a maioria do eleitorado escolhe um candidato presidencial. Então a tarefa nada fácil é explicar porque este eleitor vota em uma eleição, em que teoricamente seu peso individual, é desprezível estatisticamente.

Alguém poderia argumentar, o voto é obrigatório no Brasil, por isso o eleitor tem necessariamente que votar. Correto a objeção inicial, mas nos países de voto facultativo, o eleitor também se dirige às urnas e vota, em escala de milhões, então o problema levantado persiste. Porque o eleitorado vota, se o racional seria ele não votar?

O raciocínio teórico guiado por deduções lógicas, parte do pressuposto que o eleitor ao exercer o direito do voto acredita piamente que pode fazer a diferença no processo eleitoral. Mas como? Se o eleitor é apenas hum e tão somente hum voto? A conclusão é óbvia, o eleitor faz uma primeira escolha, opta pelo candidato que melhor responderia às suas expectativas individual/coletivas. Por exemplo, um eleitor X, escolheria de saída o PCO, porque este se declara o “único” partido operário e socialista desta eleição, e como este eleitor é operário, escolheria um partido “irmão” de classe.

Executado a primeira escolha este eleitor X, passaria a monitorar o desempenho do candidato presidencial do PCO na corrida eleitoral. Aqui é que entra a pesquisa de opinião, como um instrumento indispensável, como atalho informacional ao eleitorado. Então a pesquisa eleitoral seria monitorada por este eleitor do PCO, com o objetivo de acompanhar o desempenho eleitoral de seu candidato presidencial.

Este eleitor percebe então que seu candidato não decolou e que não tem muita chance de chegar ao segundo turno. Então este eleitor, que não é ideologizado, nem milita em partido nenhum, ou seja, é um eleitor mediano, faz-se a seguinte pergunta: Dentre os candidatos competitivos, qual o presidenciável que mais se aproximando do perfil do PCO, pode passar para o segundo turno, com possibilidade de derrotar o candidato presidencial, mais indesejável para meus interesses pessoais e ou coletivos? Então este eleitor ao reconhecer um outro candidato que se aproxima do perfil desejável, faz a sua segunda escolha. Este eleitor acredita que executando o voto estratégico, mais conhecido como voto útil, produzirá uma ação eleitoral que poderá eliminar os candidatos mais indesejáveis para si, naquele pleito eleitoral.

Observe que nesta explicação teórica, as pesquisas eleitorais cumprem um papel decisivo, como um atalho informacional, à massa do eleitorado, pois o mesmo ao acompanhar a intenção de voto dos demais eleitores pode se posicionar com mais clareza, no objetivo de eliminar os candidatos mais nefastos, aos seus interesses individuais e ou coletivos.

Isto posto, duas conclusões podemos extrair, as pesquisas podem ser um valioso instrumento a serviço da democracia de massas, se estas obedecerem a criteriosas metodologias amostrais. Segundo, além do controle dos órgãos públicos sobre os institutos de pesquisa, o que garante maior lisura dos institutos de pesquisas, são os demais institutos concorrentes. Uma vez que na presença de vários institutos de reconhecida credibilidade, fica muito difícil alguém se propor a fraudar resultados de pesquisa eleitoral. Porque se um instituto inventa números para beneficiar candidato A ou B, outra pesquisa não viciada, desmoralizaria este instituto corrupto, e o jogaria no mar da descredibilidade. Sem falarmos no resultado eleitoral que destruiria os institutos que fabricassem resultados de pesquisas.

Assim sendo, podemos concluir que o eleitorado, nas disputas majoritárias (Presidente, governador e prefeito) utiliza com grande sabedoria as informações disponíveis acerca das pesquisas de opinião pública, reforçando sua primeira escolha e ou abandonando-a, de acordo com as possibilidades eleitorais de um candidato que tenha a possibilidade de derrotar um outro candidato, indesejável para aquele eleitor.

Neste momento alguém poderia argüir: e o eleitor que vota em projetos, propostas e ideologias, como é que fica nesta explicação. Bom este tipo de eleitor provavelmente pertence à uma minoria do eleitorado, que corresponderia aos 9% de brasileiros filiados aos partidos políticos e ou participam de uma pequena parcela de brasileiros que tem acesso ao debate político permanente. Estes eleitores estão divididos entre todos os partidos concorrentes. A grande maioria do eleitorado, aquele que decide as eleições: Não tem partido, não tem ideologia, detesta os políticos, decide seu voto na base do pragmatismo imediatista, durante aqueles 35 dias de propaganda eleitoral, principalmente através da TV. Note, estamos falando de eleições majoritárias. Nas eleições proporcionais, a decisão do voto é muito mais complexa de ser explicada.

 

Prof. Edir Veiga- É cientista político.

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