A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta terça para colher provas contra investigados por desviar dinheiro público destinado ao combate à pandemia que matou mais de 660.000 pessoas no Brasil.
A ação mira a gestão de uma das cabeças coroadas do petismo, que está na lista de nomes que poderão integrar um eventual governo do ex-presidente Lula. Trata-se do governador da Bahia, Rui Costa, que teve um de seus ex-auxiliares, o então chefe da Casa Civil baiana Bruno Dauster, entre os alvos de mandados por suspeitas de desvios na compra de respiradores pelo consórcio de governadores do Nordeste.
Além de Dauster, os investigadores cumprem 13 mandados de busca e apreensão contra empresários, laranjas e lobistas envolvidos no suposto esquema, na Bahia, Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.
Ao reunir provas de corrupção contra o consórcio, a PF avança para mostrar que não foi só no governo de Jair Bolsonaro que gatunos aproveitaram a tragédia sanitária para tentar desviar dinheiro público. A apuração mira em um contrato feito pelo consórcio, de cerca de 45 milhões de reais, para a compra de 300 respiradores que nunca foram entregues.
Bolsonaro ganha, com a ação, elementos para acusar o petismo de corrupção, sempre que confrontado pelas irregularidades de sua gestão na pandemia. O presidente já aposta no histórico de desvios petistas para vencer Lula nas eleições, estimulando o antipetismo do eleitor ao lembrar da roubalheira de governos passados.
A ação dá discurso ao grupo governista que integrou a CPI da Pandemia e sempre bateu nas suspeitas de corrupção envolvendo o consórcio do Nordeste. O trabalho da PF ainda pode chegar a outras figuras conhecidas do petismo que também atuaram no consórcio.
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