A demanda por crédito por parte das empresas da região Norte caiu 12,7% em abril de 2022, segundo levantamento da Serasa Experian. O setor que menos contraiu crédito no período foi o de serviços, com queda de 22,5%, seguido pela indústria (-10,9%) e comércio (-6,7%).
A pesquisa nacional apontou uma queda de 15,3%, puxada pelas micro e pequenas empresas. Já as empresas médias e grandes registraram saldo positivo na busca por crédito, com altas de 7,9% e 14,4% respectivamente.
Na opinião do economista Valfredo de Farias, os dados refletem a alta dos juros no Brasil, guiados pela taxa Selic, estipulada em 12,75% pelo Banco Central e com expectativa de chegar a 13,25% até o fim do ano.
"Isso impacta diretamente no investimento, porque as empresas tendem a pegar menos empréstimos. Mas algumas empresas precisam pegar, então a gente recomenda que isso seja feito somente se a empresa realmente estiver precisando. Porque os bancos vão oferecer, mesmo com juros altos. Se realmente precisar, já que algumas empresas estão buscando desesperadamente empréstimos para quitar dívidas e até outros empréstimos mais pesados, é fundamental fazer um planejamento para pegar esse empréstimo. Sem planejamento esse dinheiro entra na operação da empresa e evapora muito rápido. Se não precisar, melhor não pegar, pois isso vai onerar e gerar passivos para as empresas", recomenda.
O gerente de pessoas físicas do Banco da Amazônia (Basa), Nélio Gusmão, concorda. Ele também aponta que as empresas devem contrair empréstimo com expectativas de retorno muito bem alinhadas e não meramente para pagar despesas usuais.
A utilização do crédito pode servir para objetivos que vão desde a recomposição do fluxo de caixa até novos investimentos em produtos.
Segundo ele, a queda não é exclusiva da região Norte pois o momento econômico impôs aos bancos medidas e taxas menos favoráveis em relação ao ano passado.
"O custo do dinheiro ficou bem mais caro e grande parte das famílias não consegue incorporar esses custos no orçamento, que já estava apertado antes. Então é natural a queda", diz. Apesar de tudo, ele destaca os números positivos do Basa em maio: aumento nas linhas de crédito de fomento de 37% e aumento de crédito comercial de 20%. "Mesmo num cenário de demanda mais restrita, as condições de financiamento do Basa se mostram como uma das principais alternativas para quem está precisando de crédito, equilibrando crédito competitivo e condições mais facilitadas", afirma.
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