O simples ato de segurar a mão encoraja, acalma e demonstra carinho durante o atendimento. O acolhimento cuidadoso e atencioso dos profissionais da Expedição 'Saúde por todo o Pará em territórios indígenas' envolve a interculturalidade e a humanização. Nem a diferença de língua impede a qualidade da consulta.
Nesta segunda-feira (18), a Expedição 'Saúde por todo o Pará' atendeu as aldeias Kamôktikô, Pykajaká e Pukamei, localizadas no município de Senador José Porfírio, que integram indígenas da etnia Xikrin da Trincheira do Baixo Bacajá e Kayapó, na região do Xingu.
A coordenadora da Expedição, Putira Sacuena, ressalta a importância sobre refletir acerca do processo de humanização dos atendimentos, que precisa dialogar com a interculturalidade na saúde.
Todos os profissionais que compõem a Expedição passaram por uma qualificação da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), em parceria com o programa de Pós-graduação de antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), para dialogar sobre a saúde dentro dos territórios indígenas.
"Eu, como indígena e profissional de saúde, posso dizer que me sinto muito mais contemplada e mais confortável de trazer profissionais preparados para realizar um atendimento diferenciado. A coordenação estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais começa a ser referência nesse processo de qualificação", assegura Putira Sacuena.
A liderança da Pykajaká, Manoel da Silva Kaiapó, afirmou que os indígenas que receberam atendimento estão satisfeitos e felizes. "Está sendo muito bom, porque a gente passa de ano em ano sem atendimento pra nos ajudar a curar as nossas doenças. Aqui pra aparecer um médico é muito difícil. Todos estão muito contentes em fazer consulta e exame", assegura.
A ação, que é coordenada pela Sespa, é desenvolvida em parceria com o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) e com a Universidade Federal do Pará (UFPA); e segue até o próximo sábado (23).
DIA DO MÉDICO
Nesta segunda-feira (18), comemora-se o dia do médico. A data é celebrada pela primeira vez por Renata Fernandes, uma das médicas que integra a ação de saúde estadual. "É muito gratificante pra mim passar esse dia fazendo o que eu escolhi para a minha vida e dentro de um território indígena, podendo ajudar pessoas que realmente precisam, conhecendo histórias, levando educação em saúde e fazendo a diferença", afirma.
O médico Lucas Paixão também comemora a data pela primeira vez após a formatura. "Sabemos das dificuldades de acesso a consultas e exames dentro das aldeias. Muitas vezes precisam percorrer uma longa distância para conseguir uma única consulta. Estou muito grato por passar essa data aqui, trabalhando pela saúde indígena, com a certeza de que fiz a escolha certa", assegura.
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