A quantidade de crimes patrimoniais, aqueles envolvendo roubo ou furto a um bem de valor material, tende a aumentar durante as férias de verão. Muitas casas ficam vazias com as saídas da cidade para aproveitar o período de folga, o que pode oferecer riscos à segurança. Nesses casos, especialistas alertam que manobras simples, como não deixar correspondência acumulada, são aliadas para evitar situações desagradáveis.
De acordo com a Lei nº 2.848, artigo 150 do Código Penal, é considerado crime “entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências”, com pena prevista que varia de um a três meses, além da possibilidade de multa. Se a ocorrência é registrada durante a noite, a penalidade de seis meses a dois anos pode ser adicionada à sentença inicial.
Os crimes mais comuns contra o patrimônio são furto (simples ou qualificado), estelionato e receptação, sendo esse último considerado um dos mais importantes, uma vez que se trata de um “crime acessório”, isto é, caracterizado pela existência de um crime anterior.
Especialistas explicam que pequenas ações colocadas em execução podem ser decisivas na hora de manter a segurança do local. O advogado criminalista Henrique Sauma afirma que investimento em equipamentos de segurança, como câmeras, alarmes, cercas e ronda armada, junto com pedir para algum parente, funcionário ou vizinho de confiança abrir a casa durante o dia, são dicas importantes para quem quer manter a tranquilidade e continuar aproveitando o verão. “Precisa tomar cuidado com acúmulo de folhas no local, isso é sinal de que não tem ninguém em casa. Sempre é bom limpar”, diz.
Em situações de chegar em casa e notar diferenças, se deparando com um invasor, o indicado é chamar a polícia para que a entrada no imóvel seja feita de forma sem causar mais danos.
Uma prática muito usual e que também oferece um grande risco é manter a luz da casa ligada durante o dia todo, deixando o local mais vulnerável a ataques de criminosos. “Não é recomendado, quem passa pela residência logo percebe a falta de pessoas, que está todo mundo viajando”, destaca o especialista.
A médica veterinária Úrsula Tavares, de 41 anos, reforçou todos os sistemas de monitoramento da casa em que mora com os dois filhos depois de acordar em uma madrugada, em 2017, e se deparar com um assaltante que entrou pelo telhado. O criminoso levou joias, roupas e aparelhos domésticos. Com as férias chegando, a preocupação é redobrada e ela usa a tecnologia como aliada. “Desde então, eu fechei a lateral de casa com tijolo, coloquei mais sensores, de presença e de luz, e troquei toda a cerca elétrica para ficar mais seguro. Quando vou viajar, fecho com cadeado o portão eletrônico por dentro e uso meu celular para monitorar as câmeras”, conta.
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