A oficina de economia doméstica promovida pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) mostrou, nesta terça-feira (20), a moradores do bairro da Terra Firme, em Belém, que a conservação do meio ambiente também pode ser uma forma de geração de renda. A atividade iniciada na Escola Estadual Mário Barbosa ensina de forma teórica e prática como reaproveitar resíduos sólidos, líquidos e orgânicos, incentivando a comunidade na adoção de hábitos ambientalmente sustentáveis e financeiramente rentáveis. A oficina está inserida no programa Territórios pela Paz (TerPaz), do governo do estado, que tem a Semas como uma das instituições aliadas na execução de ações de segurança pública e cidadania nos bairros de Guamá, Jurunas, Terra Firme e Benguí (Belém), Cabanagem e Icuí (Ananindeua) e Nova União (Marituba), da Região Metropolitana de Belém (RMB).
A ação segue até o dia 24 com outras modalidades de economia doméstica. Hoje, a oficina foi de reciclagem de óleo usado na cozinha, para ser transformado em sabão de uso caseiro. Na quarta, será ministrada a oficina de compostagem doméstica, para incentivar o plantio em hortas e jardins com reciclagem de resíduos orgânicos para produção de adubo. Na quinta, a ação será voltada para a coleta seletiva, afim de estimular o descarte adequado dos resíduos. A oficina será encerrada na sexta-feira (24) com a inauguração de um ecoponto no local, que será instalado em parceria com o Instituto Alachaster. O ecoponto irá recolher resíduos recicláveis, que poderão ser doados pela comunidade.
A turma de participantes, composta por moradores do bairro, participou de atividade teórica, antes de partir para a aula prática. Na ocasião, os técnicos da Semas demonstraram que, além de sabão caseiro, o óleo de cozinha pode ser reaproveitado para a fabricação de biodiesel, de ração de animais, detergentes, glicerina e tintas a óleo. No entanto, o seu descarte, se feito de forma inadequada, atrai animais e insetos vetores de doenças transmissíveis, polui a água e o solo, agrava o efeito estufa, entope tubulações de esgoto, prejudica a fauna aquática e causa enchentes. Além de evitar estes danos ambientais, a reciclagem do óleo de cozinha também pode ser fonte de economia e até de renda extra. Um litro e meio de óleo usado pode produzir até nove barras de sabão, que se forem vendidas a R$ , irão gerar R$ 27. Portanto, se o produtor gastar cerca de R$10 na compra dos materiais necessários para a fabricação do sabão, poderá ter lucro de até R$ 17..
Para a dona de casa Auta Silva, a oficina é uma oportunidade de encontrar parcerias para sua atividade, porque já trabalha na confecção de produtos a partir de material reciclável e pretende ampliar sua produção. "Eu acho muito importante essa oficina, porque é uma ponta da linha. Isso quer dizer que nós vamos chegar em algum ponto que vai contemplar mais pessoas na comunidade. Fico feliz com esse encontro, porque eu trabalho sozinha, então se eu conseguir gente aqui para trabalhar junto comigo na confecção do sabão caseiro, eu tenho certeza de que vai melhorar a produção. A união faz a força."
O sociólogo Alberto Teixeira, técnico da Coordenadoria de Educação Ambiental da Semas, destaca que os participantes estão aprendendo a não desperdiçar recursos que poderão gerar renda. "Esta oficina é uma forma de garantir a essas famílias uma forma de tornar a preservação do meio ambiente em uma coisa rentável também. Por isso, a questão do meio ambiente também é uma maneira de incluir as pessoas no processo de geração de renda. Essas atividades também têm este propósito, de criar condições nas famílias de se reutilizar esses resíduos, de mostrar como não desperdiçar estes recursos e reaproveitar os resíduos. O nosso objetivo é colocar a mão na massa, mostrar como se produzir um sabão de boa qualidade, que pode ser útil para as pessoas e pode ser útil para a geração de renda."
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