Ao longo da semana, uma programação especial marcou a campanha Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama, no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém. A unidade se “vestiu” de rosa para levar informações a funcionários, alunos internos, pacientes e acompanhantes sobre os cuidados com a saúde feminina.
No encerramento do evento, na manhã desta quarta-feira (27), o ambulatório do Hospital foi palco de orientações, palestras de profissionais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e demonstrações do autoexame das mamas, primeiro passo para prevenir o desenvolvimento e detectar precocemente a doença.
No HRAS, que recebe mais de 300 pessoas por dia, os usuários puderam tirar dúvidas sobre o desenvolvimento do câncer de mama e as formas de tratamento. A autônoma Josiane de Oliveira, 47 anos, acompanhava seu marido em uma consulta com o cirurgião vascular e fez questão de participar da roda de conversa. “Tive uma amiga que passou por muito sofrimento com a doença, e isso foi um alerta. Hoje, estou atenda a todas as informações possíveis. Pratico esporte, cuido da minha alimentação, já que trabalho com suplementos de academia, e faço meus exames rigorosamente”, disse a moradora do município de Ananindeua.
Quem também considerou o alerta fundamental foi a dona de casa Maria Natalina Alves, 52 anos, que aguardava sua consulta com o clínico. A moradora do bairro Tenoné, viúva há alguns anos, lembrou que era o marido quem sempre a incentivava a preservar a saúde. “Depois da morte do meu esposo, fiquei um tempo sem me cuidar. Mas neste ano criei coragem e já fiz meus exames. Precisamos nos cuidar, e quanto mais as pessoas estiverem informadas, será melhor para combater a doença”, frisou.
"Dever cumprido"- A programação foi uma iniciativa conjunta de diversos setores do Hospital Abelardo Santos. “Finalizamos a campanha com a sensação de dever cumprido. A enfermagem, o serviço social, o ambulatório, a humanização, os médicos, a equipe multiprofissional, o Serviço de Atendimento ao Usuário e o Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP) fizeram um grande esforço para alertar toda a sociedade hospitalar sobre o câncer de mama, e o mais importante: o autocuidado com a saúde da mulher”, explicou Marcos Silveira, diretor executivo do Hospital Abelardo Santos.
Além das rodas de conversas, as abordagens individualizadas, lanche com bolo cor de rosa e as dinâmicas com os alunos de instituições de ensino que fazem estágio na unidade hospitalar, o “Abelardo Santos” disponibilizou exames de mamografia e consultas com mastologistas. O serviço já faz parte das especialidades do HRAS, com atendimentos via Rede Estadual de Regulação.
Para a enfermeira Keiza Trindade, lotada no ambulatório do HRAS, a ação é um alerta para que a população saiba diagnosticar os sinais e sintomas do câncer de mama. “Estamos aqui para dizer o quanto é importante se tocar e se conhecer, para reconhecer a patologia de forma precoce e obter mais chances de cura, e com isso diminuir o índice de mortalidade”, observou a profissional.
Autocuidado- O evento contou com a participação da coordenadora da Atenção Oncológica da Sespa, Patrícia Martins, que apresentou dados relevantes sobre a doença. No Pará o câncer de mama apontou ligeira queda: em 2019, foram 677 casos; em 2020, 646 ocorrências, e neste ano, até o momento, já são 299 notificações.
“O primeiro passo é essa mulher vencer a barreira do medo e se conhecer. Se notar qualquer alteração no seu corpo, o segundo passo é ir até o médico e fazer uma consulta. Em seguida, o exame para buscar um resultado conclusivo. Tudo isso faz parte do autocuidado para a redução da mortalidade no nosso Estado, por meio de um diagnóstico precoce e de um tratamento menos agressivo e com maiores chances de cura”, alertou Patrícia Marins.
A coordenadora ainda abordou questões relacionadas ao significado da mama para a mulher, as emoções e o medo da descoberta do diagnóstico. Outra questão levantada foi a idade. “Por faixas etárias, a incidência da doença tem sido maior entre mulheres de 50 a 59 anos (28%), seguidas por 40 a 49 anos (27%) e 60 a 69 anos (21%), levando em conta os casos ocorridos entre 2019 e 2020”, completou.
Apesar da oferta de 600 exames de mamografia, 50 biópsias de mama e 300 consultas com mastologista por mês, no Hospital Abelardo Santos, administrado pelo Instituto Mais Saúde, não é feito o tratamento de neoplasias malignas. A unidade, no entanto, dispõe de serviços voltados à saúde feminina, e, ao serem diagnosticados tumores malignos, as pacientes são encaminhadas para hospitais de referência da rede estadual pública de saúde.
Texto: Roberta Paraense – Ascom/HRAS
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