“Desde que a Manuela começou a receber estímulos da equipe multiprofissional dentro da brinquedoteca, já consigo perceber várias evoluções. Ela não sentava e nem falava. Agora já até chama ‘mamãe’, dá tchau e consegue dar uma voltinha sentadinha no carrinho. Ela fica toda feliz e eu mais ainda. O meu coração enche de alegria ao ver o desenvolvimento dela”, comemora, Janaina Ribeiro, mãe de Manuela Vitória, de 1 ano e 5 meses.
A criança, que possui cardiopatia congênita, mora em Marabá e está internada na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC) há quase dois meses, aguardando a quarta cirurgia que precisará fazer, desde que nasceu.
A brinquedoteca “Espaço Curumim” é aliada no tratamento de crianças pacientes do HC.Há um ano, o espaço ganhou novos brinquedos, mobiliário e climatização adequada,além de decoração temática. A reestruturação oferece estímulos para o desenvolvimento sensorial, motor, perceptivo e cognitivo das crianças.
Em função de medidas de segurança contra a Covid-19, a brinquedoteca possui capacidade máxima para cinco crianças e seus acompanhantes. Os pacientes que participam das atividades do espaço estão internados nos 20 leitos de pediatria da unidade que são exclusivos para crianças cardiopatas.
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
O espaço é utilizado por uma equipe multiprofissional, composta por psicóloga, pedagoga, assistente social, terapeuta ocupacional e brinquedistas, que atuam para promover a ludicidade do espaço aliada ao desenvolvimento infantil. “Ao ser internada, a criança deixa para trás todo o mundo que ela fazia parte, a família, os amiguinhos, os vizinhos, a escola, a sua vida de criança. Só que o desenvolvimento infantil não cessa dentro de um Hospital, pelo contrário, ele precisa ser fortalecido”, ressalta a psicóloga da unidade, Tatiana Montalvão.
Segundo a profissional, a brinquedoteca é um espaço de prazer, que promove o desenvolvimento de habilidades múltiplas, de aprendizado, de integração e do processo de identificação. “Quando uma criança, que vai se operar, vê o coleguinha, que também vai passar por algum procedimento, brincando ao lado, o medo da dor pode minimizar. O objetivo é fazer com que a criança tenha os efeitos da hospitalização minimizados”, afirma.
A terapeuta ocupacional, Karla Aita, explica que a partir da exploração do ambiente, dos objetos, de um atendimento individualizado ou em grupo, são ofertados estímulos necessários para que a criança tenha um desenvolvimento típico. “Precisamos ser sensíveis a essas crianças que tem necessidades diferenciadas para que possam viver a sua infância o mais próximo possível do normal, mesmo nos momentos em que estão em sofrimento psíquico por estarem restritas de uma vida fora do hospital. Não tem como traduzir o prazer de ver o brilho nos olhos e o desenvolvimento delas em palavras, é impagável”, conta.
EMOÇÃO
Com lágrimas nos olhos, Jessica Martins, que é mãe da Ketlyn Carneiro, de 9 meses, se emociona ao falar sobre as dificuldades e as superações que vive com a sua filha desde que a neném, que está internada no hospital há 15 dias, foi diagnosticada como cardiopata.
“Com quatro meses, comecei a perceber que ela ficava mais cansada que o normal, com o desenvolvimento muito lento. Viemos de Barcarena e encontrei no HC um atendimento maravilhoso, com profissionais atenciosos e preocupados. A brinquedoteca nos desestressa da rotina de hospital, que é realmente muito pesada. Aqui ela se sente a vontade, relaxa tanto que até dorme”, conta Jessica.
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