Uma das maneiras para tratar bem e de forma humanizada pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde, é oferecendo uma alimentação saudável e saborosa no cotidiano hospitalar. E essa não é uma tarefa simples. O abastecimento de alimentos no maior hospital público do Estado do Pará é cercado por desafios e protocolos mantidos, rigorosamente, pelo time de quase 90 profissionais que estão na linha de frente da cozinha que funciona 24h, todos os dias da semana.
Em Belém, no distrito de Icoaraci, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos – HRAS, produz em torno de 1,7 tonelada de alimentos para manter, ao menos, seis refeições diárias. A cozinha garante a alimentação de pacientes em 340 leitos e de seus acompanhantes. Além dos usuários, em torno de 1.200 colaboradores também recebem uma alimentação de qualidade e com um cardápio variado e nutritivo.
A técnica de enfermagem Deusa Soares, que atua na sala vermelha pediátrica, todos os dias, faz três refeições no hospital. “Nós temos o café da manhã, o almoço e o café da tarde. A comida é bem diversificada, sempre tem duas ou três opções. A cada dia a comida tem ficado melhor”, comenta. A técnica também fala sobre o refeitório que são servidos os alimentos. “O local é bem arejado e limpo. Isso é muito importante também”, finalizou.
Quem também aprova a alimentação servida no HRAS, é a técnica de enfermagem Kelly Ribeiro. “Gosto que além da opção do café da manhã, temos mingau que é super nutritivo. Já no almoço, há uma grande variedade de salada e as carnes, sempre são duas opções para o colaborador escolher qual é a do seu gosto. O cardápio muda diariamente, mas o melhor é a sobremesa, que é servida junto ao almoço e jantar”, observou a técnica.
Preparação- A escolha do cardápio é diferenciada para cada público. São as 14 nutricionistas clínicas do HRAS, responsáveis por uma dieta bem equilibrada, que forneça os nutrientes, vitaminas e minerais nas proporções adequadas para o grupo. “Elaboramos o cardápio de cerca de 1.330 pacientes. Os alimentos para os usuários são preparados de acordo com cada patologia, considerando não só a doença, mas também preferências e restrições alimentares, com o intuito de manter e/ou recuperar o estado nutricional”, explicou a supervisora de nutrição do HRAS, Laurena Von-Grapp.
As refeições destinadas aos pacientes são preparadas com restrição de gordura, sal e açúcar, a depender das doenças de base e das comorbidades por indicação médica. Para atrair o olhar e o paladar, a equipe investe em temperos diferenciados; apresentação e temperatura da comida estão dentro dos parâmetros adequados. A paciente Andreia Lima, de 55 anos, está internada no HRAS há três dias, com complicações renais. “Sei que tenho de fazer uma dieta balanceada, com pouco sal, sem carne vermelha. E aqui, a comida vem balanceada, tem suco, frutas, verduras, peixes. Muito bom. Muito higiênico e equilibrado”, comentou.
Cardápio- Diariamente, são servidas preparações assadas, grelhadas, cozidas, com gêneros alimentícios frescos e em bom estado de conservação, com a garantia da qualidade alimentar. “Servimos carne vermelha, carne branca, incluindo o peixe, já que é de grande consumo regional. São servidas ainda, frutas e sucos naturais, feitos da polpa. Atenta-se para o fornecimento de uma refeição equilibrada nutricionalmente, visando o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis, a educação alimentar e nutricional, realizada diariamente, através da avaliação nutricional”, enfatizou a nutricionista Laurena Von-Grapp.
Objetivo-A unidade é administrada pelo Instituto Mais Saúde que preza pela qualidade do atendimento humanizado de colaboradores e usuários. O diretor executivo do Abelardo Santos, Marcos Silveira, observa que a alimentação no contexto hospitalar deve manter vários critérios antes de ir ao prato. “Além da cozinha, todos os espaços que fazem parte da estrutura alimentícia do HRAS, como o refeitório, devem ser mantidos sempre higienizados. O manejo dos alimentos e resíduos gerados deve seguir as normas estabelecidas pelas autoridades sanitárias. Prezamos o uso dos alimentos frescos e de boa qualidade”, detalhou o gestor.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) constantemente acompanha o funcionamento das unidades e aprova o serviço ofertado pelo Abelardo Santos. “Não é uma tarefa simples produzir quase duas toneladas de alimentos diários, ainda, para renais crônicos, gestantes, crianças, diabéticos e para trabalhadores. Cada um tem um perfil diferente e paladares também. Mesmo diante da complexidade, o serviço é bem executado. Feito com profissionais qualificados e dedicados à prestação de uma assistência humana dentro da saúde pública”, ponderou Romulo Rodovalho, titular da pasta.
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