Novembro também é o mês da cor laranja, utilizada para a campanha nacional de conscientização sobre o diagnóstico precoce e tratamento do zumbido. Uma condição que pode ser definida como um barulho de chuva, cigarra, apito, grilo, mosquito, panela de pressão entre outros, mas sempre algo muito indesejável, presente em um ou até nos dois ouvidos sem que haja uma fonte geradora deste som. Os sintomas surgem como consequência de um processo de perda auditiva não tratada, de disfunções orgânicas ou de hábitos alimentares incorretos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 280 milhões de pessoas no mundo sofrem com o problema. No Brasil, a estimativa é de que 30 milhões tenham zumbido, um som que não pode ser ouvido por outro indivíduo. Não consiste em uma doença, mas num sintoma que indica que algo não está bem e precisa ser investigado. Algumas pessoas convivem com o problema por anos sem se dar conta, contudo para outras é insuportável.
O ruído está presente no lazer, trabalho e no dia a dia. Embora nem sempre seja possível prevenir o zumbido, determinadas atitudes preservam nossa audição. “Não usar fones de ouvido por mais de duas horas consecutivas, evitar o excesso de contato telefônico em ligações prolongadas, não extrapolar o volume máximo indicado em qualquer equipamento eletrônico, são formas de impedir o problema. A má alimentação, lesões na região da cabeça e do pescoço e fatores emocionais como o estresse, também são causas que contribuem para o zumbido”, explicou a fonoaudióloga Mayra Macedo.
Alguns pacientes oncológicos adquirem o som temporário devido a alguns quimioterápicos que podem causar perdas auditivas, os ototóxicos. E por esse motivo o Hospital Ophir Loyola realiza uma ação alusiva ao dia Dia Nacional de Conscientização sobre o Zumbido, comemorado todos os anos no dia 11 de novembro, a fim de incentivar a busca pela ajuda profissional.
Há três anos, Ruthilene Monteiro, 51 anos, faz quimioterapia contra o mieloma múltiplo. Após esses anos de tratamento, ela começou a sentir o zumbido. “Com todas essas medicações, sinto que tenho perdido a audição e tenho a sensação que algo está o tempo todo fazendo barulho nos meus ouvidos. Quando eu recebo ligação no celular não consigo ouvir direito o que a outra pessoa fala e hoje em dia só assisto televisão no volume mais alto”, relatou a paciente.
A equipe de Audiologia é responsável por promover o monitoramento auditivo dos pacientes com câncer, e nesta terça-feira promove a conscientização sobre o problema e o tratamento precoce que faz a diferença na qualidade de vida. Já na quarta-feira, a equipe aplicará um questionário para avaliação do zumbido nos pacientes.
“Durante o tratamento oncológico, o profissional pode monitorar os efeitos da exposição aos ototóxicos e recomendar uma intervenção precoce se for necessário. Quando esse tratamento é finalizado, o profissional da audição poderá avaliar os efeitos da ototoxicidade e, se necessário, oferecer tratamentos e reabilitação auditiva, que podem incluir os aparelhos auditivos”, concluiu Mayra Macedo.
*Texto de Viviane Nogueira
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