Enfermeira de formação, a professora Lidiane Vasconcelos está à frente da coordenação de vacinação na Universidade do Estado do Pará (Uepa) desde o início da campanha de imunização. Ela lembra que ainda no início da pandemia, em março de 2020, quando se preparava com a equipe para executar o cronograma de vacinas que protegem contra a gripe (Influenza/H1N1), já sonhava com o dia em que estaria trabalhando para imunizar os paraenses contra o novo coronavírus.
A enfermeira e docente lembra ainda que nos primeiros dias andava com escolta policial por ser portadora das doses entre o local de armazenamento e o ponto de vacinação. "Foi um aprendizado muito grande de um ano. Seguimos imunizando todos os dias, e um momento de grande felicidade foi o chamamento dos idosos, foi até aquela aglomeração no início. A gente foi aprendendo, com o público que queria a vacina, com o público que rejeitava, com quem queria ser o primeiro e não podia. Fui muito ameaçada, acusada, já fui acusada, ameaça de processos. Mas a gente sempre priorizou a população e as normas técnicas", reforça Lidiane, que tomou sua primeira dose ainda no fim daquele janeiro de 2021, como parte da categoria dos profissionais da saúde.
"Hoje comemoramos a vacinação infantil depois de lutar contra desinformação, questões políticas. Mas a gente sempre soube onde tínhamos que chegar. Em julho do ano passado, eu queria estar me divertindo com a família, mas eu e a equipe estávamos lá todos os finais de semana, todos os dias. A resposta é que hoje temos um grande número de casos de Covid, e um número realmente baixo de internações e de mortes. Quando alguém pergunta se a vacina funciona, eu digo: olha, eu tô aqui, né? Nunca peguei a doença, mas também é preciso colaborar, usar máscara, evitar aglometações", estimula a profissional.
Ronoré Gavião, a primeira indígena vacinada no Pará, em 2021, na Terra Indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, recebeu há alguns dias a dose de reforço e nesta quarta-feira (19) quando a equipe do DSEI Guamá Tocantins vacinou novamente o território indígena, Ronoré aproveitou pra agradecer por estar vacinada.
“Eu quero agradecer vocês, muito obrigada! Estou me sentindo muito feliz, eu não sei falar português, só na língua mesmo. Agradecer ao governador que eu e meus netos já estamos vacinados”, declarou, em seu idioma.
A vacina para a faixa etária de 5 a 11 anos apresenta dosagem, composição e concentração diferenciadas. A tampa do frasco do imunizante ajuda a não confundir o tipo de vacina: laranja para crianças e roxo para adultos, a fim de auxiliar os profissionais de saúde na hora da aplicação e alertar aos pais e responsáveis.
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