Quarenta e oito pessoas de comunidades pertencentes a Ilha Grande, a 20 minutos de barco da capital paraense, Belém, participaram de palestra ministrada pelos técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) nesta quinta-feira (30), com a finalidade de orientar para a gestão ambiental na agricultura familiar. O público participante foi formado por extrativistas, com foco no manejo de açaizais.
A palestra foi conduzida pela engenheira ambiental Camila Salim e pelo engenheiro agrônomo Lucival Chaves, do escritório local da Emater, em Belém, e abrangeu informações sobre meio ambiente e legislação ambiental.
"Em 2012, houve uma revisão do Código Florestal, em virtude do avanço do desmatamento. Entre as várias iniciativas visando a preservação e a sustentabilidade, foi criado o Cadastro Ambiental Rural, que é um registro eletrônico que mostra qual a sua área consolidada e qual sua reserva legal", explicou Camila Salim.
A reunião aconteceu na residência da produtora de açaí Cristiane da Cruz Machado, 42 anos, às margens do rio Bijogó, que desde menina trabalha com a cadeia produtiva, atividade de renda repassada pelos pais.
A comunidade já possui um Cadastro Ambiental Rural (CAR) coletivo através da Associação de Moradores e Produtores Agroextrativistas da Ilha Grande (Ampaig), entretanto alguns comunitários precisam ser incluídos no registro para também acessarem os benefícios como crédito rural, por exemplo, além de que outras informações também foram esclarecidas com relação à regularização ambiental na localidade.
Presidente da associação criada em 2010, João Rodrigues Pinho, 63 anos, se dedica à produção de açaí em sua propriedade na comunidade Nossa Senhora de Nazaré, às margens do rio Guarapiranga. Ele comercializa, por mês, de 80 latas a 100 latas do fruto, em feiras de Belém, com valor entre R$ 60 a R$100 dependendo do período ano e tem como perspectiva conquistar mercados além da capital por meio do registro coletivo e com a assistência da Emater.
"A nossa associação conta com 120 famílias extrativistas. O CAR coletivo é muito importante pois nos traz uma garantia de expansão dos nossos mercados, com vista alcançar melhores preços, e a entidade fica respaldada, vendendo com segurança a produção. Neste sentido, o apoio da Emater é fundamental desde a qualificação no manejo de açaizais, na comercialização, tudo para nós", disse o agricultor familiar.
O CAR coletivo também é uma forma de proteger o modo de viver e produzir das comunidades tradicionais e seu saber cultural repassado de geração em geração, por esta razão, a ação dos técnicos da Emater foi de natureza educativa.
Texto: Paula Portilho (Ascom Emater)
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