Julio Delamare sedia seletiva de natação para as Paralimpíadas Escolares 2021

As piscinas do Parque Aquático Júlio Delamare testemunharam no último sábado (25/09) momentos de muita garra. Foi quando aconteceu a seletiva classificatória de natação para as Paralimpíadas Escolares 2021, evento que reúne estudantes de escolas públicas e particulares com idades entre 11 e 18 anos do Brasil todo, e acontece em São Paulo, de 22 a 27 de novembro. O Julio Delamare é um dos equipamentos esportivos que faz parte do conglomerado de equipamentos da Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro), órgão subordinado e que atua em parceria com a Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude.

- Eu estou muito feliz em ter participado da seletiva. Se eu for convocada será minha primeira Paralimpíada Escolar e eu vou dar o meu melhor para trazer medalhas. O esporte é muito importante pra nossa saúde e ajuda muito no nosso desenvolvimento, no meu caso motor. Gostaria de dizer para todos que nunca desistam dos sonhos, o caminho é difícil mas no final tudo vale a pena – afirmou Camila Dias, de 11 anos, estudante da Escola Roberto Burle Marx, que compete na classe S8, que tem paraparesia espática e se prepara para participar da sua primeira Paralimpíada Escolar.

Assim como Camila, a seletiva reuniu cerca de 40 estudantes com deficiências físicas, visuais e intelectuais em diversos graus diferentes, cada um compondo a sua classe de acordo com o seu grau de limitação. Deste total, 22 atletas que treinam em instituições como C. R. Vasco da Gama, ADDAN Marinha, AETERJ, no Projeto Maricá e no Tijuca Tênis Clube foram classificados para o evento nacional.

- O esporte é a maior arma dessas crianças contra o preconceito e a favor da inclusão rumo à superação. Além de proporcionar a melhora motora dos movimentos e maior acessibilidade, a prática de exercício físico, ainda mais de alto rendimento, transforma a vida de qualquer pessoa com deficiência, pois aumenta a auto-estima, a segurança e forma um adulto mais independente fisicamente e emocionalmente – afirma Jonas Licurgo, superintendente de Inclusão e Ações Sócio Esportivas da Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude.

Beatriz Teixeira, de 16 anos, estuda na Escola Parque e conta que esta não será sua primeira vez nas Paralimpíadas Escolares, mas que a emoção é grande para a competição. – Já participei em 2019 e posso dizer, por experiência, que é uma competição muito legal. Acho que é uma das mais maneiras para a galera da minha idade. Participar é uma forma de mostrar, principalmente para a galera mais nova, de 12 e 13 anos, que tem uma infinidade de outros jovens que também têm algum tipo de deficiência - afirma a estudante que disputa na classe S9.

Ela comenta que quando entrou na natação paralímpica se sentiu muito acolhida, o que ajudou a melhorar sua confiança e a se aceitar mais, porque foi algo que ajudou a perceber que eu não era diferente, e sim perfeitamente normal, como todas aquelas outras pessoas que estavam com ela.

- O esporte, pra mim, é uma das diversas formas de trazer mais inclusão, de fazer com que pessoas com deficiências entendam que aquilo não as torna incapazes ou diferentes, como muitos pensam, e as competições escolares são muito importantes para crianças e adolescentes perceberem isso desde cedo, pois muitas pessoas que não aprendem a se aceitar e a conviver com seu próprio corpo tendem a ter mais problemas psicológicos ao longo da vida - conclui a estudante.

A Paralimpíada Escolar é um evento que acontece desde 2009 e já formou diversos atletas brasileiros, como Leomon Moreno, medalhista de ouro em Tóquio no Goalball e que participou da primeira edição da Paralimpíada Escolar. O principal objetivo do evento nacional é estimular a participação dos estudantes com deficiência física, visual e intelectual em atividades esportivas de todas as escolas do território nacional, promovendo ampla mobilização em torno do esporte.