A partir das 5h30, diariamente, os cavalos começam a ser preparados para mais um dia de trabalho pelo Regimento de Polícia Montada (RPMont), da Polícia Militar do Pará (PM), em Belém. Logo cedo, os militares escalados verificam se eles têm condições de saúde para atuar nas ruas, com o acompanhamento rigoroso do Centro Médico Veterinário da PM.
Se estiverem aptos, após a refeição da manhã, são levados para o manejo, que inclui o banho e o processo de rasqueamento (retirada de pelos mortos e parasitas), que é um momento de estreitar o vínculo com o policial responsável. Após essa etapa, o animal é encilhado com o aparato de proteção e já está pronto para reforçar o policiamento ostensivo e preventivo na capital e no interior do Estado, podendo ser embarcado no condutor de cargas vivas ou ao passo, quando o policiamento é próximo do quartel.
“A presença da modalidade de policiamento montado para a segurança pública tem uma importância fundamental. O cavalo, em si, é um elemento de aproximação entre polícia e comunidade muito forte, sobretudo, durante as rondas ordinárias, no dia a dia nas ruas, a população quer tirar foto e conhecer o trabalho, as crianças querem tocar. Dependendo da circunstância do policiamento, fazemos questão de explorar essa forma de polícia comunitária”, assegura o comandante do RPMont, tenente coronel Rodrigo Tanner.
A autônoma Naza Dutra, 62 anos, mora no Conjunto Catalina, no bairro do Mangueirão, e realiza, todos os dias, exercícios físicos na praça. “Antes, nós nos sentíamos inseguros de vir fazer nossas atividades, com medo de assaltos, mas, atualmente, a cavalaria passa sempre por aqui e nos deixa mais seguras e tranquilas. Além das viaturas que fazem rondas e reforçam o sentimento de segurança para os moradores”, diz.
O comandante explica que o policiamento montado possui fundamentos que o diferenciam das outras modalidades, como a ostensividade, a flexibilidade, a mobilidade, a facilidade de caminhar entre os carros, entre becos, vielas, áreas encharcadas, onde o policiamento motorizado ou a pé não consegue adentrar. “Um homem a cavalo pode executar a atividade de 10 homens a pé. A cobertura de policiamento é feita em grandes raios, com maior alcance. Além de que, quando o policial está montado no cavalo, consegue visualizar melhor o cenário, tomar decisões e determinar as ações que devem ser executadas com maior rapidez”, pontua.
A cavalaria realiza ações em eventos esportivos, manifestações populares ou em operações policiais de repressão à violência, as ações de choque montado, as atividades em campo de futebol, as praças desportivas, controle de massa em passeatas e manifestações, operações de reintegração de posse, atividades de cunho social recreativas, por conta da sociabilidade dos animais, entre outras. O tenente coronel Rodrigo Tanner afirma que a atuação do RPMont reflete também na diminuição dos índices de criminalidade na capital e interior.
Curiosidades
Em média, um cavalo da PM atua cerca de 15 anos no serviço e realiza quatro refeições por dia, o que representa a ingestão diária de cerca de 9 kg de ração. A quantidade é adaptada de acordo com o animal e com a carga de trabalho.
Belém e interior
Atualmente, há cerca de 100 cavalos que atuam na cavalaria da PM em todo o estado. Na capital, são cerca de 75. Os outros são distribuídos entre as Companhias Independentes de Missões Especiais nos Interiores (Castanhal, Santarém, Marabá) que também executam essa modalidade de policiamento. O efetivo do Regimento é composto por 107 policiais habilitados.
Mín. 23° Máx. 39°