“Quero agradecer de coração a todos. Deus abençoe a toda essa equipe”, declarou o carpinteiro Constantino Tenório, de 56 anos, após se despedir de uma longa jornada vivenciada no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém. Em tratamento inicial para os rins, foram 50 dias sendo acompanhando e recebendo cuidados da equipe de profissionais até receber a tão esperada alta médica e retornar à sua casa, no município de Breves, no arquipélago do Marajó.
No interior do estado, o paciente renal fazia o tratamento conservador, com exames e as medicações para controle da doença, que gradativamente foi progredindo. No dia 23 de dezembro de 2021, ele chegou no HRAS com alterações vitais e inchaço no corpo. No Abelardo, ficou 12 dias aos cuidados da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), migrou do tratamento tradicional, inserindo-se nas sessões de hemodiálise e, ainda, fez tratamento de coluna, com especialistas de neurologia.
Ao passar por todos esses cuidados, na saída do hospital, o carpinteiro se emociona. “Não tenho palavras para agradecer a Deus por esse momento. Foram 50 dias de luta, mas no final, tudo deu certo. Agradeço também a equipe, todos os profissionais se envolveram até minha recuperação”, diz o paciente.
Alta
A recuperação do carpinteiro foi comemorada pela equipe multiprofissional com uma celebração intimista, na saída do paciente. “Foram quase dois meses travando batalhas dentro de uma unidade de saúde. Essa conquista não é apenas para o paciente e sua família, mas para todos do Hospital que se empenham e dão o melhor ao usuário, que é, de fato, o motivo do nosso trabalho diário”, destacou Suelle Santos, analista de humanização do HRAS.
Sem conseguir conter as lágrimas, a esposa do carpinteiro, Maria do Socorro Tenório, 55 anos, agradeceu a equipe que cuidou do seu marido e lembrou dos dois anos que eles estavam buscando o atendimento e o tratamento correto. “Estou muito feliz e emocionada, foi a melhor notícia do dia. É muito bom estar indo pra casa com ele estando bem, após uma assistência de referência”, comentou.
Assistência
A enfermeira diarista Marcia Oliveira explicou que a alta do paciente só ocorreu após todo o suporte relacionado ao local e agendamentos das sessões de hemodiálise para a continuidade do tratamento, que estavam garantidos no Marajó. “Nós sabemos das dificuldades, e o nosso serviço social é atuante. O hospital se compromete em liberar o paciente de forma segura”, garantiu.
Quem compartilha do sentimento de dever cumprido é a enfermeira assistencial Lucilene Silva. “Nossa equipe está muito feliz. É muito bom saber que mais um paciente está retornando para casa e seguirá com tratamento”, acrescentou.
Para a assistente social Rosana Carrea, garantir um pós-alta seguro é essencial para esses pacientes. “Orientar e efetivar os direitos em relação ao tratamento, no interior ou na região metropolitana, é desafiador e gratificante. É uma vida, por isso, lutamos para que eles tenham qualidade de vida depois que recebem alta”, enfatizou.
Perfil
O Abelardo Santos dispõe de 25 leitos destinados a nefrologia, e oferece a hemodiálise para pacientes internados em leitos clínicos e na Unidade de Terapia Intensiva (UTIs). A clínica para sessões de hemodiálise da unidade de alta complexidade funciona de segunda a sábado, de 5h30 às 20h, com a capacidade de atender até 22 pessoas em cada um dos três turnos – manhã, tarde e noite. Durante as sessões de hemodiálise, a unidade oferta wi-fi, alimentação, além do serviço de fisioterapia para amenizar os incômodos dos pacientes.
“Temos uma equipe de profissionais altamente qualificados. Além dos médicos, enfermeiros e técnicos, contamos com a equipe multiprofissional com o recurso da fisioterapia e da nutrição, por exemplo. Os assistentes sociais também fazem parte deste acompanhamento. Nossa perspectiva é que o serviço se amplie e a terapia continue salvando muitas vidas”, enfatizou o diretor executivo do Abelardo Santos, Marcos Silveira.
Dados
A doença renal crônica (DRC) é uma das principais causas de morte no Brasil, com 40 mil novos casos ao ano. Atualmente, o país soma mais de 140 mil pacientes em tratamento renal crônico, sendo 85% com terapia financiada através do SUS. No Pará, além do Abelardo Santos, mais 11 hospitais possuem o tratamento.
São eles o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Hospital Ophir Loyola, Santa Casa de Misericórdia do Pará, Hospital da Divina Providência, Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria, Hospital São Francisco, Hospital Regional do Baixo Amazonas, Hospital Regional Público da Transamazônica, Hospital Regional Público do Araguaia, Hospital Regional Público do Marajó e Hospital Regional de Marabá.
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