A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados enviou diligência ao Rio de Janeiro para acompanhar as investigações sobre o assassinato de Moïse Kabagambe.
O presidente da comissão, deputado Carlos Veras (PT-PE), disse que a família do congolês e advogados apresentaram denúncias ao colegiado. “Nós tivemos, num primeiro momento, uma reunião com os familiares do Moïse, com a Ordem dos Advogados, onde ouvimos relatos e informações precisas sobre o caso, inclusive encontramos denúncias referentes às questões trabalhistas, às questões de segurança referentes à família e também à questão do processo”, disse.
O congolês chegou ao Brasil fugindo da violência em seu país de origem. Ele trabalhava em um quiosque da orla da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, e foi espancado até a morte por cinco homens, de acordo com testemunhas. A briga teria se iniciado com a cobrança, por parte de Moïse, de dívidas trabalhistas.
O deputado Carlos Veras informou ainda que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prometeu conceder auxílio emergencial à família de Moïse. Ao governador Cláudio Castro, o deputado pediu celeridade ao processo, além de uma investigação imparcial que identifique e puna todos os autores rapidamente.
Outras vítimas
Segundo Veras, a comissão aproveitou a viagem para também se reunir com as famílias de duas outras vítimas: a designer de interiores Kathlen Romeu, que morreu após ser baleada durante uma ação da Polícia Militar em Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio; e Thiago da Conceição, de 16 anos – que morreu ao ser baleado na cabeça no Complexo da Penha, também na zona norte.
Para Carlos Veras, os crimes têm características em comum. “Todos esses casos são correlatos, têm ligação com a violência, com o crime no Rio de Janeiro, o racismo estrutural, a xenofobia, a questão da fome, da pobreza, da miséria, da violência contra a população negra, contra a nossa juventude negra. Então todo esse debate a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e do Senado pode acompanhar”, afirmou.
A Comissão de Direitos Humanos produzirá um relatório sobre a diligência no Rio de Janeiro e continuará acompanhando as investigações.
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