“A gente sabe que a obesidade é um problema de saúde pública, e que a cada dia está aumentando o número de obesos no mundo. No Brasil, existe uma estimativa que em 2030 a gente tenha mais de 60% da população com excesso de peso, e mais de 25% da população com obesidade. Por isso, é importante sensibilizar a população sobre os riscos à saúde causados pela doença”. O alerta é do coordenador do Programa Obesidade Zero, o cirurgião bariátrico Carlos Armando Ribeiro, em evento alusivo ao Dia Mundial da Obesidade - 04 de Março, destinado a usuários do Hospital Jean Bitar (HJB), unidade hospitalar referência estadual no tratamento da doença. A palestra foi ministrada no Ambulatório de Endocrinologia do “Jean Bitar”.
De acordo com o palestrante, há vários estudos que evidenciam os dados do excesso de peso, e no Brasil esses números motivaram vários posicionamentos do Ministério da Saúde (MS), com alternativas para frear o aumento do número de obesos. A orientação é que a obesidade seja tratada considerando o contingente populacional, e não de forma individualizada.
“Assim como foi feito com relação ao tabagismo, a aplicação de tributos sob alimentos açucarados e industrializados, bem como a exigência de que as informações sobre grau de caloria dos alimentos apareçam explícitas nos rótulos dos produtos, o MS tem tentado de várias formas contribuir para a diminuição da escala crescente de obesos no País”, ressaltou o especialista.
Durante a palestra, o cirurgião bariátrico reforçou aos usuários a importância dos hábitos saudáveis, como prática regular de atividades físicas e alimentação adequada à prevenção da obesidade, e sobre as comorbidades que o distúrbio crônico pode causar.
Tratamento– A equipe de endocrinologistas do Hospital Jean Bitar trata a obesidade principalmente com cirurgias bariátricas. Ainda segundo Carlos Armando Ribeiro, o procedimento é um dos tratamentos mais importantes contra a doença.
“Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso, e já podem ter prejuízos com o excesso de gordura”, informou.
No HJB, entre as cirurgias bariátricas feitas antes e após o início do Programa Obesidade Zero, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) ofertou 804 cirurgias bariátricas aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). O tratamento da obesidade conta com uma equipe multiprofissional, formada por cirurgiões bariátricos, endocrinologistas, psicólogos, nutricionistas, cardiologistas, anestesistas e outros especialistas envolvidos no acompanhamento do paciente antes e após o procedimento cirúrgico.
Hábitos saudáveis- Dentro da programação alusiva ao Dia Mundial da Obesidade, o HJB incentiva a disseminação de informações sobre hábitos que ajudem as pessoas a alcançar e manter um peso saudável, e a realizar o tratamento adequado para reverter a obesidade, sem serem submetidas à cirurgia bariátrica. A iniciativa é do Grupo de Trabalho de Humanização da unidade, e se estenderá até o dia 18, com palestras ministradas pelos profissionais da equipe multidisciplinar do Programa Obesidade Zero.
Para a dona de casa Socorro Araújo, 48 anos, moradora de Belém, que participou da palestra enquanto aguardava consulta, “é muito importante que os próprios médicos orientem, pois quando a orientação vem do profissional que trata da doença o impacto é maior, pois sabemos que eles falam com conhecimento de causa. Quando eu chegar em casa vou repassar as orientações para a minha filha, pois é tão nova e já está acima do peso. Se eu falar que a obesidade causa outras doenças graves, é capaz que ela queira fazer dieta ou até parar de comer coisas que engordam tanto, e colocam a vida em risco”, disse a usuária.
Texto: Joelza Silva – Ascom/HJB
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