O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (8) moção de repúdio às declarações do deputado estadual paulista Arthur do Val sobre as mulheres ucranianas durante viagem em meio à guerra contra a Rússia. Trata-se do Requerimento 200/22, que teve o voto favorável de todos os partidos com representação na Câmara dos Deputados.
Em visita à Ucrânia, o deputado estadual de São Paulo enviou áudios com frases discriminatórias e machistas em referência a refugiadas que buscavam deixar o país em guerra e sobre agentes de segurança da região. Ele já é alvo de pedidos de cassação na Assembleia Legislativa de São Paulo.
A coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), afirmou que a Câmara dos Deputados não pode se calar diante de atos que causam vergonha internacional. “São atos de um parlamentar que deveria defender toda a sociedade e nos envergonha internacionalmente. Essa moção de repúdio está sendo analisada em um momento simbólico”, disse.
Vice-líder do Podemos, o deputado José Nelto (Pode-GO) destacou que Arthur do Val já pediu a desfiliação e orientou a favor da moção de repúdio. “Ele já não pertence mais ao nosso partido, mandamos toda a nossa solidariedade às mulheres ucranianas que estão sofrendo com essa guerra terrível e também a todas as mulheres do nosso país”, declarou.
Cassação
Celina Leão defendeu a cassação do parlamentar estadual, que também foi defendida pela líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP). Ela afirmou que a moção de repúdio é o ato que cabe à Câmara dos Deputados, mas que espera a cassação do parlamentar para que ele se torne inelegível. “Ele não representa as mulheres. Foi machista, elitista”, condenou.
A deputada Soraya Santos (PL-RJ) afirmou que o deputado não pode ser autorizado a compor quadros políticos. “Esta Casa tem que fazer uma moção de repúdio, mas os partidos têm de fazer o compromisso de não ter mais esse nome em seus quadros”, disse. Ela destacou que os áudios do deputado se tornam ainda mais graves diante do momento de miserabilidade e vulnerabilidade das mulheres ucranianas.
Para a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), o deputado estadual paulista utilizou a vulnerabilidade das mulheres na guerra e ainda se referiu à pobreza das mulheres para avanços sexuais. “Está falando de mulheres fragilizadas diante de uma guerra em fuga com uma mala. Esse homem tem que renunciar”, disse.
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