No Dia Internacional da Mulher, votações e discursos do Plenário da Câmara dos Deputados destacaram a luta das mulheres contra a violência doméstica, contra a discriminação e em busca de avanços sociais.
A sessão foi presidida pela coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), que celebrou o acordo que permitiu a votação de propostas de interesse da bancada. “Hoje é um dia muito especial, que é o dia da luta das mulheres. Eu sempre falo que não é um dia só de comemoração, mas é o nosso dia de luta”.
O deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE), que abriu a sessão, afirmou que houve avanços na ampliação da representatividade feminina e no combate à violência, mas são avanços que ocorrem lentamente. “Por esse motivo, devemos aproveitar essa janela de oportunidade para avançar na luta pelo progresso dos direitos humanos e das liberdades civis das mulheres no nosso Brasil”, disse.
A deputada Soraya Santos (PL-RJ) lembrou que a Constituição Federal estabelece que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres e devem unir esforços. “Na data de hoje, nós temos que reafirmar o nosso compromisso com a igualdade, uma data muito significativa para quem luta por menos diferenças sociais, menos desigualdade entre homens e mulheres. No dia de hoje renovamos esse compromisso”, disse.
Violência
A data comemorativa, segundo a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), dá oportunidade para que as mulheres analisarem os avanços e retrocessos na luta por direitos iguais no Brasil e no mundo. Ela criticou os altos índices de violência contra a mulher.
“Eu gostaria de chamar a atenção para o fato de que, mesmo tendo a terceira melhor lei contra a violência doméstica em relação às mulheres do mundo, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial em feminicídios”, lamentou. Ela disse que tem investido esforços para a melhoria das condições de trabalho dos agentes voltados à Lei Maria da Penha e salas de atendimento às mulheres nas delegacias.
A luta contra a violência também foi destacada pela deputada Erika Kokay. “Nós temos, neste País, milhões de mulheres que têm medo de voltar para casa. Por isso, nós seguimos em luta contra todas as formas de violência, a violência política, a violência institucional, a violência obstétrica, para que tenhamos uma sociedade livre”, afirmou.
Participação política
A ampliação da participação das mulheres na política também foi uma reivindicação da bancada feminina, especialmente diante da celebração dos 90 anos do voto feminino no Brasil. “O ato de votar é muito importante para nós, mas nós sermos votadas é muito mais importante”, disse a deputada Tereza Nelma (PSDB-AL). Ela lembrou que as mulheres são apenas 15% do Parlamento brasileiro e que é necessário ampliara a participação da mulher na política.
“Nós queremos a garantia de condições igualitárias para pleitear cargos de poder por meio da reserva de cadeira das Casas, do acesso aos recursos dos partidos políticos para a campanha e do cumprimento das regras eleitorais. Também não nos esquecemos dos riscos que a violência política de gênero traz para a continuação dos mandatos femininos, além de ameaçar a entrada de novas mulheres na política do nosso País”, afirmou.
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), durante o período em que conduziu uma votação, também chamou a atenção para a diferença de uma sessão com a participação majoritariamente feminina. “Tranquilizo os colegas deputados homens de que terão seus 30% de participação na sessão de hoje. Estão achando pouco? A gente também acha pouco. A gente quer pelo menos 30% de deputadas nesse Plenário”, afirmou, em referência aos 30% de reserva de vagas nas urnas para candidatas mulheres no processo eleitoral.
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