A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) uma moção contra a guerra na Ucrânia. “O povo brasileiro exige desta Casa, da Câmara dos Deputados, que representa a população, um posicionamento. Nós não podemos ser favoráveis a essa carnificina, a essa humilhação que o povo ucraniano está vivendo neste momento”, disse o autor do requerimento de moção, deputado Danilo Forte (PSDB-CE).
Para votar a matéria, o 1º vice-presidente da Casa, deputado Marcelo Ramos (PSD-AM), exigiu que houvesse consenso dos partidos sobre o texto, já que esse tipo de moção, sobre assuntos internacionais, deveria ser de iniciativa da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
Após discordância das lideranças partidárias, Danilo Forte retirou do texto anteriormente apresentado críticas específicas à Rússia, já que não citava a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como agravante do contexto geopolítico da região.
A justificativa do texto diz que a Câmara “endossa que todos os Estados devem manter sua autonomia e preservar seus territórios, garantindo o bem estar das gerações atuais e futuras”.
“É inadmissível que nós tenhamos avançado tanto na tecnologia da informação, no diálogo entre as nações, com instituições sólidas como a ONU e, neste momento, nos depararmos com a barbárie da guerra”, afirmou Danilo Forte.
Direitos fundamentais
O texto aprovado afirma que a Câmara reforça que as relações entre os países deve ser pautada no diálogo, com respeito aos direitos fundamentais do homem e internacionais de independência das nações.
“O verdadeiro diálogo é a procura do bem com meios pacíficos e a vontade determinada de se recorrer a todas as fórmulas possíveis de negociações e soluções diplomáticas. Pelo fim guerra, das hostilidades, pelo cessar fogo e pela paz”, diz o texto.
Danilo Forte lembrou ainda que o Brasil sempre se pautou, nas relações internacionais, pela busca do diálogo. “Uma nação pacifista como a nossa, que teve um papel importante na construção da Organização das Nações Unidas, não pode se negar, em momento algum, em ser solidário, pelo seu espírito cristão, com as pessoas que estão padecendo, que estão amedrontadas, que estão sendo violadas no seu principal direito, que é o direito a ter uma vida pacificada”, disse.
A oposição contestou a versão inicial do pedido de moção. Para o líder do PCdoB, deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), trata-se de uma guerra entre dois países capitalistas. “A crise dos mísseis de Cuba na verdade ocorreu porque os Estados Unidos primeiramente colocaram mísseis na Turquia”, lembrou.
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