Emater pode movimentar até R$ 12 milhões de crédito rural em Almeirim ainda este ano

De acordo com estimativa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), agricultores de Almeirim, no Baixo Amazonas, podem ter acesso a um volume de crédito rural de até R$ 12 milhões, por meio da parceria com as duas agências do Banco do Brasil (BB) que atuam no município. 

Pecuaristas de corte e de leite das regiões da Estrada Nova, do Rio Jari e do Rio Paru devem ser os principais beneficiados, a partir de linhas de crédito do Mais Alimentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de custeio pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). 

“A previsão é de que os recursos e a formalização da união organizacional de esforços oxigenem ainda mais atividades socioeconômicas que sabemos fundamentais para o desenvolvimento sustentável de Almeirim, cobrindo áreas nunca antes financiadas”, avalia o chefe do escritório da Emater, o técnico em agropecuária Elinaldo Silva. 

A ser assinado ainda em março, um convênio entre Emater e Fundação Jari, a instituição social ligada ao Grupo Jari, ajudará a fortalecer o atendimento especificamente na região do Distrito do Monte Dourado. 

Força-Tarefa

Ao longo de fevereiro e início de março, a gestão da Emater, o gerente-geral da agência do BB de Laranjal do Jari, Bruno Cardoso, e representantes da Fundação Jari estão visitando propriedades para reconhecimentoin locoda realidade do campo e prospecção de novos agronegócios.

“Cada inspeção, com o acompanhamento da Emater, aproxima-nos de um passo a passo que é oferecer a solução em crédito da realidade de cada produtor rural, considerando os zoneamentos de cultivos e o potencial da região. O financiamento é um caminho pelo qual o produtor rural consegue incluir o cálculo de despesas de produção, investimento em benfeitorias e comercialização da produção, por exemplo ”, resume o gerente. 

Expectativa

A Fazenda Jaguar, pois, são 500 hectares de extrema expectativa. Situada na Estrada Nova, no Ramal do Zé Queimado, é onde pastejam 219 cabeças de gado nelore, ao lado de pequenas lavouras de milho, intencionadas para a suplementação alimentar do rebanho. Há, ainda, pomar com limão e banana, para consumo próprio.  

“Eu tenho pouco animal para muito terreno e cultivo pouco milho porque planto tudo na mão. Me falta dinheiro para comprar mais gado e me falta dinheiro para comprar trator”, relata José João Trajano, mais conhecido como “Roberto do Caminhão”, 57 anos.

A visita de Emater, Banco do Brasil e Fundação Jari agora em fevereiro resgatou a chama de sonhar: “Porque estava tudo parado, então voltei a fazer planos verdadeiros, retornei a acreditar que era possível uma política pública que transformasse a vida das pessoas do campo”, suspira e inspira.  

*Texto de Aline Miranda