Especialistas em educação apresentaram sugestões para aprimorar o texto do projeto de lei que autoriza as instituições de ensino superior a aproveitar os créditos obtidos por estudante na educação profissional técnica se o curso técnico e o superior forem de áreas afins (PL 6494/19). A discussão ocorreu nesta quinta-feira (10) durante audiência pública da comissão especial criada na Câmara dos Deputados para analisar o tema.
O educador Francisco Aparecido Cordão criticou a artigo da proposta que impõe o limite de 400 horas/aula a serem aproveitadas pelas universidades. “O limite é ditado pelo projeto pedagógico da instituição. Não cabe à lei estabelecer se são 200, 300 ou 400 horas/aula”, disse.
Outro ponto defendido pelos debatedores foi a necessidade de a legislação incentivar a verticalização do ensino, que permite ao estudante seguir na mesma instituição nas diferentes etapas da educação. O vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, Getúlio Marques Ferreira, afirmou que o fato de o aluno seguir na mesma área também ajuda muito no processo de aprendizagem, e citou o próprio exemplo pessoal.
“Eu tenho essa experiência por ter feito escola técnica e um curso de eletrotécnica. Depois, cursei engenharia elétrica. A escola técnica me ajudou muito, porque eu já tinha toda uma base conceitual quando ingressei na engenharia e, assim, pude aprender a fazer cálculos diferentes”, declarou.
Mercado de trabalho
Coordenador da Rede de Ensino, Pesquisa e Extensão da Educação Profissional e Tecnológica Pública da Bahia, Antônio Almerico Biondi destacou que é preciso haver uma maior integração entre as instituições de ensino e o mercado de trabalho.
“A área de informática é a que mais emprega no País, então por que, em vez de se abrir um curso de administração, não se investe naqueles ligados às novas tecnologias? Estou dando apenas um exemplo, mas pode ser qualquer um. Nós temos diversas demandas em relação a isso”, comentou.
A deputada Flávia Morais (PDT-GO) ressaltou que as escolas técnicas são a porta de entrada do jovem brasileiro no mercado de trabalho e salientou a importância do projeto que autoriza as instituições de ensino superior a aproveitar os créditos obtidos pelo aluno na educação profissional técnica.
O PL 6494/19 é de autoria do ex-deputado João H. Campos (PE), com o apoio de diversos parlamentares. O texto conta com a relatoria da deputada Tabata Amaral (PSB-SP).
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