A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) promoveu curso de quatro dias de formação de agentes ambientais, na Usina da Paz da Cabanagem, encerrado nesta sexta-feira (11).
A turma com 14 moradores da comunidade viu conceitos sobre sustentabilidade, educação ambiental, reciclagem e geração de renda com reaproveitamento de resíduos. Os participantes também receberam informações sobre as legislações ambientais nacional e estadual.
A estudante Yasmim Elisa, de 17 anos, moradora do entorno da UsiPaz, afirma que a partir de agora os alunos do curso podem agir como multiplicadores do conhecimento adquirido.
"Tem muita coisa que eu não sabia, muita coisa nova que achava que ajudava o meio ambiente e na verdade nem ajudava tanto. Mas agora vai ser bom, porque aprendi muita coisa que vou levar para a minha comunidade, para os meus vizinhos. Eu vou ajudar a conscientizar pessoas, podemos ajudar na coleta seletiva de lixo, podemos nos organizar e fazer muitas coisas para ajudar o meio ambiente."
Elenilda Pinto, de 59 anos, dona de casa, moradora da Cabanagem, destacou o potencial do curso na capacitação de toda a comunidade. "Esse curso de agentes ambientais é primordial para nossa comunidade. A gente está muito feliz de ter feito, de ter participado do curso, porque através daí a gente pode multiplicar o que a gente aprendeu aqui e até fazer uma cooperativa para reciclar, para produzir renda para as famílias e este curso veio para acrescentar ao nosso desejo de ajudar a nossa comunidade. A Usina tem este poder, de nos empoderar também como gestores ambientais, vamos poder levar este nosso conhecimento para outras pessoas".
O técnico, Gilton Moura, da Coordenadoria de Educação Ambiental da Semas, ressaltou que o agente ambiental tem autoridade para intervir em situações de crimes ambientais. "Como agentes ambientais, vocês podem denunciar, por exemplo, maus tratos contra animais domésticos, como cachorros e gatos. Também é crime ambiental abandonar, maltratar e matar animais. Você também pode fazer denúncias, a Delegacia do Meio Ambiente está bem aqui na avenida Augusto Montenegro. É importante destacar que as coisas acontecem perto e longe da gente. E onde quer que a gente esteja, como agentes ambientais, nós podemos fazer uma intervenção. Orientar seus vizinhos, fazer uma denúncia, organizar comunidades, fazer palestra em centros comunitários, onde você estiver você pode agir em prol do meio ambiente."
O curso desperta a consciência ambiental em seus participantes, que desta forma se habilitam a partir para ações práticas, afirma a técnica Eldiane Lima, do CEAM. "Eu vejo o curso de formação de agentes ambientais como um curso estratégico da secretaria, primeiro para que as pessoas possam conhecer o meio ambiente, e depois conhecer os impactos que estamos gerando na forma de consumo, e saber que esses impactos podem ser reversíveis, a gente pode amenizar ou diminuir este impacto. O curso é estimulado para esta reflexão, porque é só com conhecimento que a gente pode começar a refletir. E a partir deste momento que eles refletem, se conscientizam que fazem parte de todo esse processo, porque o homem faz parte do meio ambiente, eles começam a tentar transformar este meio em que vivem. Neste sentido, a formação contribui com esse processo. Os alunos foram instruídos a confeccionar e apresentar um plano de ação, um projeto pro ativo, que possa proporcionar soluções simples para resolver ou mitigar problemas ambientais no local onde moram."
Eldiane Lima destaca a geração de renda proporcionada pelo curso. "As oficinas são relacionadas a questões práticas, de geração de renda extra, como a confecção de sabão, em que a pessoa diminui o descarte de óleo no ambiente, que causa uma série de problemas ambientais e de prejuízos. Também tem a compostagem, nós capacitamos os alunos a produzir uma composteira doméstica, diminuindo a produção de lixo. O lixo orgânico que vai para a composteira pode representar até cerca de 60% de seu lixo diário. É uma quantidade muito grande que poderia ser utilizada para a produção de adubo e também para a geração de renda, mas que está sendo levada para o aterro sanitário, diminuindo a vida útil do aterro".
Os participantes apresentaram relatos sobre problemáticas locais nas áreas social, ambiental, econômica e de segurança. Em seguida, foram elaborados e apresentados planos de ação com soluções coletivas para os problemas identificados na comunidade. O curso integra o Programa Territórios pela Paz (TerPaz), desenvolvido pelo Governo do Pará em áreas de vulnerabilidade social. O Programa visa a diminuição da violência e estimula ações sociais aliadas à segurança pública e cidadania em sete bairros da Grande Belém: Guamá, Jurunas, Terra Firme, Benguí e Cabanagem (Belém), Icuí (Ananindeua) e Nova União (Marituba).
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