Física, moral, patrimonial, psicológica e sexual. Os tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher estão previstos na Lei Maria da Penha (11.340/06) e foram abordados na manhã desta sexta-feira (11), durante palestra no Hospital Ophir Loyola (HOL). Ministrado pelo promotor de Justiça, Franklin Lobato Prado, o evento ocorreu no ambulatório de quimioterapia da Oncologia Clínica. Além das explanações do promotor, o público presente na ala quimioterápica puderam apreciar uma apresentação musical alusiva ao Dia Internacional da Mulher.
Com o tema “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher”, o evento foi idealizado pela Ouvidoria do HOL e promovido juntamente com a equipe multidisciplinar do setor da quimioterapia. Profissionais do Espaço Acolher - ambiente projetado para a prática de atividades artesanais e socioculturais para pacientes oncológicos e acompanhantes - identificaram a necessidade de conscientização.
“Durante os trabalhos no Espaço Acolher, os profissionais interagem e conversam bastante com os pacientes e eles expõem medos, ansiedade e se sentem à vontade para falar um pouco sobre si. Infelizmente, algumas mulheres são abandonadas por seus parceiros durante o tratamento de câncer. Há também aquelas que enfrentam ou conhecem mulheres que já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar, mas não sabem como denunciar”, revela a pedagoga e recreadora do espaço, Zoe Cotta.
O trabalho de escuta e acolhimento qualificado realizados no setor foi determinante para que as articulações em prol do evento ocorresse com celeridade. A conscientização de mulheres em situação de violência ou de testemunhas desses crimes é determinante para que o combate seja efetivo.
Durante a terapia, é possível redirecionar o foco e se sentir acolhido, canalizando o tempo para algo dinâmico, como a produção artesanal. Ambiente mais que propício para se abrir e desabafar. “Mediante as escutas, sabemos de questões familiares e situações subentendidas. Somente com um tempo maior de escuta que compreendemos com nitidez do que se trata. É interagindo com as pacientes que avaliamos se ela pode estar passando por um processo de violência, ou até mesmo uma acompanhante, que, às vezes, nem é da família, mas que vem acompanhar por conhecer o paciente a muitos anos, ou que estava nas casas de apoio. Todo mundo tem histórias. Todo mundo traz bagagens, aquilo que vivencia ou já vivenciou”, afirma a psicóloga, Christianne Nascimento.
“Durante esse atendimento, algumas mulheres relataram violência familiar e foi a partir daí que verificamos a necessidade de trazer um especialista que pudesse falar sobre os tipos de violência. É necessário explicar, tanto para pacientes quanto para as acompanhantes, a necessidade de conhecer os seus direitos e de denunciar. A Ouvidoria está sempre presente e nós verificamos, a partir dessa escuta, que seria pertinente trazer essas informações para o ambiente hospitalar”, reforça a assessora da Ouvidoria do HOL, Aderleyse Prado.
SERVIÇO
Para realizar denúncias de violência contra mulher, basta entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher – número 180. O serviço funciona 24h por dia e é gratuito. As delações são registradas e encaminhadas aos órgãos competentes. Também é possível registrar o caso em qualquer delegacia ou contactar a Polícia Militar, pelo número 190.
*Texto de Ellyson Ramos (Ascom Ophir Loyola)
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