Com o objetivo de capacitar agentes do Sistema de Segurança Pública (Sieds) ligados à rede de atendimento às crianças, adolescentes e às mulheres vítimas de violência, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), por meio da Diretoria de Prevenção Social da Violência e da Criminalidade (Diprev), iniciou, nesta terça-feira (15), a qualificação para o atendimento humanizado de vítimas da violência. A formação na Escola de Governança do Estado, no bairro de Nazaré, em Belém, se encerrará na quinta-feira (17).
Com 200 vagas disponibilizadas em sete turmas previstas para o ano de 2022, a capacitação faz parte de uma política de garantia de conhecimentos técnicos e de assistência adequada para os agentes envolvidos no atendimento de vítima de violência. Em 2021, o curso formou mais de 270 servidores do Sieds.
Nesta terça-feira, participam da capacitação agentes das Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiro Militar, Guarda Municipal, Polícia Científica do Pará, Centro Integrado de Operações (CIOp), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Conselho Tutelar. O curso prioriza a formação de profissionais que atuam nos locais onde estão instalados os Territórios pela Paz, o TerPaz.
De acordo com o diretor da Diprev, coronel BM Helton Morais, através da qualificação, a Segup quer preparar e integrar, ainda mais, a rede de atendimento a grupos vulneráveis para melhorar o atendimento e reduzir os índices de crimes.
"Essa modalidade criminal acontece na grande maioria das vezes dentro de casa com familiares. Então são crimes que são subnotificados. É difícil se ter a denúncia, ter um quadro real, mas ainda assim nós precisamos insistir com metodologia, com assertividade, com integração para que se estimule a denúncia, a conscientização especial dos agressores, isso no caráter preventivo, e no caráter reativo preparar as forças de segurança e as forças que transversalizam da rede para poder dar uma resposta efetiva contra o agressor e o acolhimento devido à vítima", afirmou o coronel BM Helton Morais.
Durante os três dias de capacitação serão vistos temas como a 'Abordagem histórica do crime e da violência'; 'Metodologia da construção do atendimento'; 'Conceitos de violência de gênero'; 'Comunicação não violenta'; 'Rede de atendimento'; e 'Legislação aplicada'.
SENSIBILIZAÇÃO
No primeiro dia, a instrução iniciou com o coronel PM Elson da Silva, da Diretoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar. Segundo o militar, a sensibilidade em capacitar os agentes de segurança pública com a temática é importante para o atendimento daqueles que se encontram em vulnerabilidade social.
“A partir dessa formação o agente inicia um senso de pertencimento e começa a compreender que aquele que ele atende, que ele considera como vulnerável, é alguém que precisa de um tratamento especial, tratamento digno e humanizado. Essa sensibilidade é importante para o atendimento da vítima que muitas vezes encontra-se revitimizada”, destaca o instrutor.
Presente nesta primeira turma, a subtenente Margareth dos Santos, do Centro de Capacitação em Prevenção da PM, avalia como imprescindível a formação. “É importante para mostrar de que forma o policial militar vai trabalhar nas abordagens, dentro do que os Direitos Humanos preconizam. A partir dos agentes de segurança pública e das pessoas que atendem nos organismos do Estado conseguiremos mudar esse cenário de que o atendimento tem que ser humanizado”, destaca.
*Texto de André Macedo (Ascom Segup)
Mín. 22° Máx. 38°