Conscientizar a população sobre o câncer renal e a importância de passar por consultas regulares e exames periódicos para a promoção do diagnóstico precoce, é o objetivo da campanha “Março Vermelho”. A doença está entre os 13 principais tipos de neoplasia malignas em números de casos no País, e acomete cerca de 12 mil brasileiros, provocando quatro mil mortes ao ano, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Os rins têm como principais funções eliminar substâncias nocivas do sangue, regular a pressão arterial e produzir hormônios. Embora seja um órgão de maior importância, a maioria das pessoas conseguem viver apenas com um.
Em 2017, Max Barata, 50 anos, começou a sentir um desconforto no rim direito. Ele tomava algumas medicações, no entanto, as dores eram constantes. Após realizar exames por imagens, foi descoberto o câncer nesse órgão. A primeira cirurgia ocorreu em 2018 para retirar totalmente o rim afetado devido a extensão do tumor. Mas em 2019, precisou retornar ao hospital.
“O câncer se estendeu para o intestino, fiz outra cirurgia para retirada do tumor e comecei a utilizar a bolsa de colostomia. Hoje eu faço acompanhamento com os médicos do Hospital Ophir Loyola (HOL). E estou esperando os resultados dos novos exames que realizei para saber se está tudo bem”, relatou Max.
O urologista Frederico Andrade do HOL, referência em Oncologia no Estado do Pará, afirma que apesar de ser uma doença silenciosa em fase inicial, o ideal é realizar exames de imagem para poder verificar a saúde renal do paciente, tais como raio-x, ultrassonografia, ressonância magnética ou tomografia computadorizada para detectar um câncer renal. Após os exames, se for encontrado um tumor, é possível que o médico peça uma biópsia para determinar o tipo e definir se é maligno ou benigno.
Em estágio avançado começam aparecer alguns sintomas, os mais comuns são sangue na urina, massa abdominal palpável, dor constante no fundo das costas ou aumento da pressão arterial, podem estar relacionados à predisposição da neoplasia renal e ser divididos em fatores evitáveis e não evitáveis.
De acordo com Frederico Andrade, o fumo é um dos principais fatores de risco. “As causas evitáveis estão relacionadas aos hábitos de vida da população, como o tabagismo e a obesidade, sendo que o tabagismo, isolado, é responsável por cerca de 30% dos casos. Entre as condições que não podemos evitar, relacionamos as doenças associadas, como a hipertensão arterial crônica e a doença renal adquirida ligada à insuficiência renal crônica”, explicou o urologista.
A cirurgia é a melhor solução para o tratamento da doença. Frederico Andrade explica que quando a neoplasia maligna é localizada, em um terço das vezes é possível realizar uma cirurgia conservadora, em que é retirada apenas a parte onde se localiza o tumor e é preservado o restante do rim. No entanto, quando o tumor chega a 10 cm ou mais, o paciente vem a perder um dos rins. Além disso, a quimioterapia e a radioterapia também são aliadas ao tratamento.
Para se prevenir, é preciso manter hábitos saudáveis de vida, não fumar, praticar atividades físicas, controlar o peso e a pressão arterial. Para pacientes que sofrem com síndromes genéticas, o acompanhamento médico regular é indispensável para a detecção precoce do câncer.
*Texto de Viviane Nogueira (Ascom Hospital Ophir Loyola)
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