A rápida evolução dos meios de pagamento deve matar em breve as senhas alfanuméricas — aquele conjunto de números (e às vezes letras) que você precisa usar com o cartão ou com outras formas de pagamento. Você vive esquecendo a sua?
Elas serão substituídas por sistemas de biovalidação, como padrão de voz, rosto, impressão digital e até a pulsação, que poderá ser transformada em assinatura. A previsão é de Hiago Kin, presidente da Abraseci (Associação Brasileira de Segurança Cibernética).
Assim como a maioria dos celulares já permite que você adicione camadas de segurança com o reconhecimento facial e a digital para autorizar os pagamentos online, "a perspectiva é ampliar as opções de produtos e aprimorar o processo de entender e reconhecer padrões humanos para eliminar senhas", afirma eKin.
"Segue o Pix"
Num país desigual como o Brasil, muita gente ainda vive só com dinheiro vivo. Mas a chegada do Open Banking (que viabiliza o compartilhamento de dados entre instituições financeiras) e o boom das fintechs incentivaram o surgimento de novos jeitos de transferir dinheiro.
Ninguém mais estranha, pelo menos nos grande centros urbanos, pagamentos feitos com:
· Maquininhas que aceitam aproximação com cartões
· Maquininhas que aceitam aproximação de celular, smartwatches (relógios inteligentes) e pulseiras.
· QR Code (evolução do código de barras)
· Pix (meio de pagamento criado pelo Banco Central que pode ser feito sem custos)
Segundo dados do ano passado da empresa britânica Juniper Research, que elabora análises sobre o setor de comunicação e tecnologia, mais de 4,4 bilhões de pessoas terão adotado as carteiras digitais até 2025 — o que corresponde à metade da população mundial. O QR Code vai representar 40% das operações, devido à sua facilidade de uso e aceitação.
Para Rodrigo Pellegrino, advogado especialista em transformação digital, as tecnologias devem evoluir a ponto de os sistemas de segurança terem plenas condições de reconhecer uma pessoa apenas juntando pedaços de informações. Isso significa não depender da memória humana (e de suas falhas) para decorar senhas.
Os aplicativos de pagamento digital, em geral, são seguros, porque o sistema financeiro é um dos que mais investem em segurança digital no mundo. "Mas, em ambientes digitais, nunca haverá 100% de segurança. A cada 39 segundos ocorre um novo ataque em algum lugar da web. As empresas precisam achar formas cada vez mais eficazes de garantir a segurança dos clientes", diz.
Se liga!
O celular tende a virar a carteira da maioria das pessoas. Então, o professor de segurança digital Vinícius Garcia, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), alerta: "Não empreste nem deixe ele na mão de qualquer um com a tela aberta. Ali estão todos os seus aplicativos de pagamentos e contas".
"Ninguém sai por aí com R$ 15 mil na carteira, abrindo e exibindo que está com essa quantidade de dinheiro. As pessoas devem ter o mesmo cuidado ao usar o celular na rua", diz ele.
Criminosos se aproveitam de locais com aglomerações para observar quem está usando o celular, para furtar o aparelho com a tela desbloqueada. Isso dá acesso instantâneo a vários aplicativos, como o WhatsApp, que pode reunir inúmeras informações pessoais sem necessariamente exigir senha.
E se você é daqueles que usa a mesma senha em tudo, imagina o estrago que um golpista faz ao achar a sequência anotada no bloco de notas do aparelho, por exemplo. "As instituições têm avançado no quesito segurança, mas os usuários falham nesse ponto", afirma Garcia.
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