O Pará tem 57 povos indígenas, somando quase 70 mil pessoas no território paraense. O levantamento é da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi). Puyr Tembé, titular da pasta, diz que essa população originária espera que, um dia, o 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, seja uma data de celebração. Isso porque, atualmente, é uma data de luta e de cobrança por mais políticas públicas. A segurança tem sido uma das preocupações mais recentes, já que a invasão de territórios pelo garimpo ilegal e atividades agrícolas irregulares prejudicam a saúde, a economia e a moradia nas aldeias.
Puyr Tembé explica que o Governo do Estado não tem medido esforços para conter o avanço de atividades ilegais e de risco nos territórios indígenas. As operações integradas "Curupira" e "Amazônia Viva", analisa a secretária, já começaram a causar impactos às pessoas que fazem o garimpo ilegal, provocam desmatamento e extração irregular de madeira e ameaçam a integridade dos povos indígenas do Pará. É o que ela chama de trabalho de "desintrusão". Na avaliação da secretária, o contato do governo estadual com o governo federal tem sido importante na garantia de desenvolvimento de políticas públicas.
"Mas o que queremos, mesmo, é que um dia essas operações não sejam mais necessárias porque os povos originários são respeitados, junto com a floresta. No Pará, o desmatamento e o garimpo ilegais são nossos maiores desafios. Isso porque além dessas atividades ilegais em si, afetam a saúde e modo de vida da população indígena. Onde há garimpo, há mercúrio na água e nos corpos indígenas. Além de prevenir, precisamos encontrar formas de tratar essas pessoas que foram contaminadas e intoxicadas. Nossos rios são afetados, perdemos alimento e área de banho", diz Puyr.
Um sonho dos povos indígenas, diz a secretária, é que o 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, seja uma data de celebração. Por enquanto, permanece como uma data de luta e posicionamento de todas as etnias do Brasil. "Precisamos permanecer lutando e na resistência. Toda essa luta tem sobrenomes Tembé, Kayapó, Wai Wai, entre tantos outros e é preciso que nós possamos ocupar espaços para um Pará, um Brasil e um mundo melhores. Não percamos nossa essência. E mesmo que tenhamos saído de nossas aldeias, sigamos na luta em defesa dos direitos dos povos indígenas, em favor da vida e sempre reflorestando mentes", concluiu Puyr Tembé.
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