Se tornar um jogador de futebol é o sonho de diversos adolescentes brasileiros, não sendo diferente quando se trata dos jovens inseridos no sistema socioeducativo. O esporte não só é um excelente exercício físico, como também traz consigo elementos socializadores que contribuem diretamente na formação juvenil, como a capacidade de trabalhar em equipe, disciplina, facilidade de comunicação, respeito ao próximo e autoestima. Esses são os valores que a parceria entre o Paysandu e a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) trarão aos jovens. O evento contou com a presença da diretoria do time na cerimônia de abertura, além da apresentação da Banda de Fanfarra da Fasepa (BAFAFA).
As aulas serão distribuídas em dois dias da semana com duas turmas de 16 jogadores cada. Além dos socioeducandos, a intenção é compor as turmas também com outros membros da família socioeducativa, como egressos (pós medida) e também os filhos de servidores da Fundação, iniciativa de integração já prevista no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).
A importância da dinâmica para a contribuição de um atendimento socioeducativo eficiente foi ressaltada pela coordenadora de atendimento socioeducativo da Fasepa, Regina Fernandes. “É muito complexo um trabalho como esse na socioeducação, requer muito cuidado, conversa, organização e planejamento. É uma proposta que já vem desde 2020 e faz parte do eixo estruturante do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), porque esporte, cultura e lazer não é uma invenção da Fasepa, faz parte do atendimento de qualidade. Então esse vínculo com o esporte está totalmente relacionado ao nosso trabalho”, ressalta a coordenadora.
A diretora de futsal do clube, Vânia Silva, detalha os pontos positivos que as aulas irão proporcionar para os jovens da fundação. “Estamos muito felizes por iniciar essa parceria entre Paysandu e Fasepa, é um momento em que podemos levar, através do esporte e do lazer, muitos benefícios, já que o esporte mexe com toda a estrutura corporal e com a mente. Queremos dar a esses jovens a mesma oportunidade que estamos dando aos nossos atletas que treinam conosco na base do futsal. A mesma estrutura, filosofia, metodologia de ensino, e o mesmo treinador também”, comenta Vânia.
Para o treinador de futsal do Paysandu, Raimundo Pereira dos Santos, a ação poderá abrir caminhos no futuro e será extremamente benéfica para os socioeducandos, que terão esse contato contínuo com o esporte. “O clube abraçou o projeto com muita responsabilidade, sabemos o tamanho do desafio e o que representa. Estamos aqui para abrir um leque de possibilidades visando um futuro melhor para esses jovens. De repente, conseguimos formar um atleta ou fazer com que se interessem pelo esporte e queiram seguir a carreira de educação física”, explica Raimundo, ressaltando que há ainda a intenção de se realizar um intercâmbio, em que outros profissionais do time possam participar de dinâmicas no Apoena e os jovens também possam visitar o clube.
Essa expectativa de oportunidades profissionais para os jovens faz parte de uma constante procura nas atividades realizadas pela fundação, como afirma Regina. “Desejamos muito sucesso nessa parceria, que nós possamos proporcionar a esses adolescentes oportunidades a partir do projeto, quem sabe até profissionalmente”, comenta.
Um socioeducando da Fasepa de 18 anos, que está inserido no projeto e participou da primeira aula de futsal, conta que está muito satisfeito com o momento de lazer. “Essa é uma oportunidade nova para nós jovens, já que usamos muito o esporte como forma de ocupar a mente e se livrar de pensamentos negativos. E como não é de hoje que eu costumo jogar bola, essa é uma ótima chance para me aperfeiçoar também”, diz o rapaz.
Texto: Kauanny Cohen/ Ascom Fasepa
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