Os negociadores russos e ucranianos estão reunidos nesta terça-feira (29), em Istambul, na Turquia, para uma nova rodada de negociações de paz para o conflito que já dura mais de um mês.
De acordo com a agência oficial turca Anadolu, os diplomatas foram recebidos pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que pediu o fim da invasão. As conversas ocorrem no Palácio Dolmabahçe.
Além dos negociadores, o bilionário russo e dono do clube inglês Chelsea, Roman Abramovich, também participa da tentativa de acordo. O Kremlin, no entanto, informou que ele não faz parte da delegação oficial enviada.
O oligarca faz parte de um grupo de bilionários que teve parte de seus bens confiscados pelos governos europeus como forma de sanção por conta da invasão russa.
Na segunda-feira (28), surgiu a suspeita de que Abramovich e membros da delegação ucraniana foram envenenados após um grupo ter passado mal durante uma viagem para Kiev, mas o serviço de inteligência dos Estados Unidos e a Rússia descartaram essa possibilidade.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.
Mín. 23° Máx. 39°